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sábado, 8 de junho de 2019

Entre a ignorância e a ignorantização (por Acioli Junior)

“O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete”. Aristóteles

A humanidade ignora muitas coisas que deveria saber. É óbvio que nossa ignorância sobre o cosmo, sobre o homem e sobre a vida sempre serão infinitamente maior do que nós sabemos. Nesse sentido todos nós seres humanos somos e seremos eternos ignorantes.

Foi por isso que Sócrates disse: “Só sei que nada sei. O inteligente aquele que sabe que não sabe". Pelo fato dele reconhecer sua ignorância foi considerado o homem mais sábio de Atenas. A ignorância para o filósofo deve ser a motivadora da sapiência, assim como a dúvida. Como dizia Carl Sagan: “O primeiro pecado da humanidade foi a fé, a primeira virtude foi a dúvida”.

O reconhecimento da ignorância é o princípio da sabedoria. Mais importante do que reconhecer nossa falta de conhecimento é buscarmos nos informar e conhecer um sem número de coisas. A ignorância deve nos motivar a conhecer.

Galileu Galilei complementa Sócrates ao afirmar: “Nunca encontrei uma pessoa tão ignorante que não pudesse ter aprendido algo com a sua ignorância.

Mas, o mais importante a saber sobre o tema proposto é o fato que existe um projeto governamental de manter as pessoas ignorantes. Por isso, eu sempre afirmo que as pessoas não são ignorantes, elas foram ignorantizadas. A sociedade é vítima de crime político, ou melhor dizendo, organizacional. Por isso Darcy Ribeiro já nos informava: “A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”.

Sim é um projeto manter as massas ignaras. Quanto mais ignorante um povo é mais fácil ele será oprimido, espoliado e dominado. A ignorância tem o poder de manter o povo oprimido e agradecido. Pois eles naturalizam a opressão e muitas vezes, ainda idolatram seus algozes e opressores: os políticos.

Manter a ignorância da população é o que a presidenta Dilma cogitou quando governava, que era retirar Filosofia e Sociologia para alunos do Ensino Médio, mas ela não conseguiu, até porque foi o presidente Lula, seu antecessor e padrinho político, que colocou essas disciplinas como obrigatórias em 2008. Lei sancionado por José Alencar, seu vice presidente no período. Depois Michel Temer, Na sua famigerada Reforma do Ensino Médio colocou essas disciplinas como facultativas - não obrigatórias -. E a um mês atrás o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Educação, determinaram a saída das disciplinas em questão, do Ensino Superior. Ambos presidentes com essas ações deixaram claro que o projeto governamental é o emburecimento populacional e a falta de capacidade popular de fazer um exame crítico da sociedade.

Outra coisa a se ressaltar, é a fala do presidente contra a formação política dos jovens brasileiros. Ele disse que “o governo deve desestimular o estudo sobre política nas escolas". Ele deve ter esquecido que três dos seus filhos são políticos eleitos pelo povo e pagos com o dinheiro público. Portanto, o filho do pobre não pode estudar e ter conhecimento político. Os deles podem viver das benesses da política.

Cabe a nós os conscientes denunciar esse projeto nefasto. Pois se estudamos, desenvolvemos senso crítico e um ou mais diplomas acadêmicos, não nos faz melhores que ninguém.  Simplesmente temos uma dívida social.

Devemos também refletir sobre a afirmação de Amos Alcott: “Ignorar a própria ignorância é a doença do ignorante”.

Meu lema é: “Espero ser livre da ignorância e ajudar os ignorantizados".

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