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sábado, 8 de junho de 2019

13 de maio de 1888 e de 1978 (Por Acioli Junior)

Eu nasci em 13 de maio de 1978, hoje faço 41 anos. Sou um quarentão muito bem resolvido! Mas não vim falar de mim, mas da data maravilhosa que nasci.

Nessa data comemora-se o dia da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Regente Isabel, que colocou fim oficial à escravidão no Brasil, após séculos de sua vigência, sendo o último país do Ocidente a acabar com o trabalho compulsório, o penúltimo foi Cuba em 1880.

Por mais que essa data seja rechaçada pelo movimento negro por não mostrar o protagonismo dos próprios escravos no processo de libertação, suas lutas, suas fugas, seus atos subversivos e a não aceitação da situação de cativo, o 13 de maio lembra a luta de abolicionistas brancos como Joaquim Nabuco e Castro Alves e, principalmente, dos heróis negros da Abolição, como, Luiz Gama, José do Patrocínio, André Rebouças, Eduardo das Neves e Monteiro Lopes.

Hoje faz 131 anos da Abolição da escravatura, depois de mais de três séculos e meio de escravidão negra no Brasil. Lembrando que os índios foram os primeiros a serem escravizados e que também lutaram bravamente contra sua escravização. Mas eles tiveram no século 18, com Marquês de Pombal, o fim oficial do seu trabalho compulsório.

Saíram da África cerca de 12,5 milhões de escravos, 2,5 milhões morreram,  nos navios negreiros chamados de Tumbeiros, tal era o número de mortes em cada viagem da África às Américas. O Brasil recebeu cerca de 40% de todo o escravo vivo que saiu do continente africano, aproximadamente 5,8 milhões de cativos, superando muito os EUA e Jamaica que são o segundo e terceiro lugar, esses países não receberam 10% do número de escravos que nosso país recebeu. Por isso o Brasil até hoje possui a maior população negra do mundo fora da África.

Em 13 de maio foram libertos cerca de 700 mil escravos. Nessa época, a escravidão estava em decadência como sistema econômico visto que o contingente de cativos era menor que o de negros livres e alforriados, o trabalho assalariado já existia e o Império estava sob pressão dos movimentos abolicionistas nacionais e da Inglaterra.

Por mais que se minimize a importância dessa data, foi nela que se findou a situação abjeta, ignominiosa e horrenda chamada escravidão. Na verdade, aconteceram alguns fatos que culminaram nesse acontecimento, é fato que o escravismo estava com seus dias contados há anos, a Lei Áurea veio precedida de outras leis abolicionistas, como a famosa Lei Eusébio de Queiroz, de 1850, que aboliu o tráfico transatlântico, Lei do Ventre Livre de 1871 e Lei do Sexagenário de 1885, houve pressões de todos os lados, além de a Princesa Isabel não ser nenhuma heroína, como era descrita na história oficial.

Essa data foi comemorada durante semanas pelos escravos e pelos abolicionistas. E por isso, religiões de matriz africana fazem do 13 de maio dia do preto velho, com festejos e feijoada.

É importante comemorar o fim da escravidão, da luta dos abolicionistas, dos próprios cativos e transformar essa data no dia contra o racismo e contra toda forma de discriminação.

Enquanto houver racismo e discriminação datas como essas precisam ser lembradas e enaltecidas.

Por toda essa história de resistência, luta e liberdade, sou muito grato por ter nascido no 13 de maio, há 90 anos após o fim da escravidão!


Obs,: Texto escrito no dia 13/05/2019, no dia do meu aniversário e dia da Abolição da Escravatura e da Promulgação da Lei Áurea em maio de 1888.


Obs.: foto abaixo é da Lei Áurea


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