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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Onde Deus está e Não está

Não sei de fato se Deus existe, mesmo sendo um pesquisador de sua existência e da história das religiões. Mas como conheço os escritos dos grandes mestres espirituais das diferentes religiões, passo a sugerir onde ele está e onde com certeza ele Não está.
Deus não está nas religiões, o mínimo de conhecimento das histórias delas, percebe-se que foram construídas para a manipulação das massas ignaras, para enriquecer uma elite de líderes que sempre estão de mãos dadas com os governantes políticos, a religião sempre caminha como braço ideológico do estado e de governos despóticos, além de ser uma das maiores promotoras de guerras, desunião, separação de seres humanos, tribunais inquisitoriais e todas as formas de iniquidade, portanto, um Deus de amor, como o apresentado por Jesus, está muito longe delas.
Da mesma forma ele não está nas igrejas e nos templos religiosos. Estevão o primeiro mártir da fé cristã, morreu proclamando que Deus não habitava em templos feitos por mãos humanas. O que trouxe a fúria dos religiosos e ocasionou em sua morte por apedrejamento. Da mesma forma que Jesus ao profetizar sobre a destruição do templo de Israel (que de fato ocorreu no ano 70 da era cristã), assinou sua sentença de morte, pois a partir desse momento gerou o ódio do sumo sacerdote Caifás e dos demais líderes religiosos judeus, que poucos dias depois o prendem e a acusação é a sua profecia contra o templo. Da pena de ver as pessoas religiosas chamarem um templo humano de casa de Deus, esquecem que os templos bíblicos, dedicados ao Deus judaico-cristão, todos, sem exceção, foram destruídos e profanados por pagãos. Será que Deus não teria zelo por sua própria casa, já que segundo os religiosos, o templo é a casa de Deus? Por que ele não impediria sua destruição? Ademais, milhares de igrejas em toda a Europa tem sido vendida e transformada em bares, boates e mesquitas muçulmanas (a religião que mais cresce no continente europeu). A despeito do que ocorre no Brasil, uma hora um bar e cinema vira igreja outra hora a igreja se transforma num comércio qualquer.  
Muitos crentes, sobretudo pentecostais e neopentecostais, acreditam que Deus esteja nos montes, locais onde eles normalmente se reúnem para orar e se “consagrar”. Mas Deus nunca esteve nos montes, só os deuses do paganismo, vide Salmos 121, “habitam” nesses lugares, o problema é que o cristianismo é pagão, melhor, sempre foi e nunca se deram conta.
Deus também não está nos dogmas e nas crenças religiosas. A história do cristianismo registra um número expressivo de Concílios, Simpósios, Encontros, Dietas e outros eventos para debaterem doutrinas. Milhares morreram sendo acusados de heresias (ir contra a doutrina estabelecida), recebiam o nome de Hereges, eram jogados em fogueiras e queimados em praça pública para servir de exemplo a toda coletividade, além de outras mortes brutais feitas pelo Tribunal do Santo Ofício (inquisição católica), outros grupos religiosos, como protestantes e, principalmente muçulmanos, também mataram e ainda matam por seus dogmas. Nada mais diabólico e longe de um deus amoroso. Para o ignorante religioso, pensar diferente é passível do fogo do inferno e de se torturado e morto. Esses atos não são mais cometidos no Ocidente por conta da crescente laicização e impulso dos direitos humanos.
Então, onde Deus está? Já que não se encontra nas religiões, não habita em seus templo e igrejas e muito menos em suas doutrinas e dogmas? Deus está no abraço apertado, no olhar singelo de uma criança inocente e no seu sorriso transcendente. Está na solidariedade humana, no partir do pão, no copo d’água ao sedento, no acolhimento ao necessitado, na visita ao cativo e ao idoso abandonado. Também está quando olhamos prostitutas, dependentes químicos e homossexuais com dignidade e em pé de igualdade, pois somos todos humanos e pecadores, todos carentes de um deus de amor. Está no cuidado e ativismo humano para com a natureza e vida humana; está quando combatemos as injustiças e as leis injustas que nos são impostas. Quando denunciamos a opressão sistêmica e estendemos as mãos aos oprimidos e lutamos em prol dos desvalidos.

Pare de procurar Deus em lugares errados, religiões e templos; em doutrinas humanas, feitas para oprimir e apequenar a existência. Veja-O no próximo, no pobre, no necessitado e desvalido. Estenda as mãos, nesse gesto Deus está e se revela.  


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Afinal, quem matou Jesus?



Há um célebre documentário da Discovery Chanel, cujo título é “Quem matou Jesus?”, a resposta a essa pergunta tem sido dada a quase dois milênios de maneira categórica: foi o povo judeu! Baseado no capítulo 19, do Evangelho de João, quando se lê que o governador romano Pôncio Pilatos “lava as mãos” e que a multidão (povo judeu) incitada pelo Sumo sacerdote e pelos escribas, saduceus e fariseus pedem para soltarem o criminoso Barrabás e mandam crucificar Jesus.
            Por causa dessa passagem em especial, a Igreja Católica Romana condenou os judeus por Deicídio (assassinato de deus – Jesus, que é a segunda pessoa da Trindade cristã, portanto, Deus para os cristãos) desde o Concílio de Nicéia no século IV, até o Papa João Paulo II pedi perdão aos judeus em 1985. Só foram rever a acusação dezesseis séculos depois. Por conta disso, os judeus foram proibidos de cultivarem a terra (trabalho honroso) e foram obrigados a trabalharem no comércio (trabalho considerado vil, por causa da usura).
Parece que o texto acima encerrou a conversar e respondeu a contento. Assim pensão a maioria absoluta das pessoas religiosas, sobretudo essa é a versão oficial de diversas igrejas cristãs. Seria então o caso de colocar um ponto final no assunto? Creio que não! Historicamente e teologicamente essa conhecidíssima passagem não encerrar a questão a contento, ainda cabe perguntar: “Quem de fato matou Jesus?” ou colocando a questão de maneira mais correta: “Quem teria os motivos para mata-lo?” ou “A quem interessava sua morte?” ou ainda, “Quem teria autoridade para sentenciá-lo?” e “Seria possível uma responsabilização do próprio Jesus em sua morte?”.
Pelo visto essa pergunta inicial “Quem matou Jesus?” não é tão simples de ser respondida. E acredito que já ficou claro que a resposta a essa pergunta e as outras decorrentes dela, transcendem o texto do Evangelho de João, que é extremamente utilizado como resposta a essa questão.
Uma simples leitura dos evangelhos canônicos, os quatro que compõe o Novo Testamento cristão, percebe-se facilmente o conflito e confronto de Jesus com a elite religiosa judaica. O Sumo sacerdote Caifás, parte substancial de escribas, fariseus e saduceus. Jesus denunciava a hipocrisia, o comércio no templo, a arrogância e soberba dessa classe. Em diversas passagens esse grupo de “especiais” são denunciados e confrontados de maneira até vexatória, como o célebre capítulo 23, do evangelho de Mateus, palavras como “raças de víboras”, “sepulcro caiados” e “hipócritas” são proferidas pelo mestre de Nazaré para descrever os líderes religiosos dos judeus. Portanto, está nítido, sobretudo com a entrada e expulsão dos cambistas do Templo de Jerusalém em Mateus 21:11-12, que Caifás e parte dos líderes judeus são aqueles que possuem os motivos para mata-lo, e são eles que subornam e compram Judas por trinta moedas de prata e prendem Jesus no Jardim do Getsêmani.
Agora, muito cuidado, ter motivos não significa que se possua autoridade para fazê-lo. E para os líderes judeus cabia o ditado que “querer não é poder”, pelo simples fato que Israel era uma província romana, estava sobre a autoridade do império romano, o mais poderoso império bélico de todos os tempos. Era César e seus governadores e procuradores quem poderiam proferir sentenças de morte; e é por isso, que após ser preso Jesus é levado pelo Sumo sacerdote Caifás a presença de Pôncio Pilatos, o governador romano, aquele que possuía a autoridade imperial de dar penas capitais[1].
Só para dar outro esclarecimento, sobre a questão do querer (ter motivos, desejar a morte de outrem) e ter autoridade (autorização estatal e legal de matar) é só o leitor saber que a pena de morte por crucificação era romana, não judaica, portanto era uma pena capital dada por uma autoridade imperial, não pelos líderes religiosos de uma província dominada, como Israel.
Com isso, já percebemos que quem tinha os motivos para executar Jesus: Caifás e os líderes religiosos do judaísmo, e quem tinha autoridade para sentencia-lo a morte, o governador romano Pôncio Pilatos.
Parece que enceramos as nossas questões, não é mesmo? Não encerramos, há mais um “culpado” pela morte de Jesus. E quem é? O próprio Jesus!! Essa afirmação parece absurda, afirmar que a vítima é culpada de sua própria execução. Mas de fato era. Essa afirmação é facilmente perceptível nos evangelhos canônicos.
Porque Jesus encarrava sua morte como uma missão. Por isso quando aquele que tinha o poder imperial de executá-lo inquiri o mestre de Nazaré, em João 19:10-11, dizendo:

10 Então, Pilatos o advertiu: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?
11 Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem.


Em diversas passagens Jesus expressa a mesma ideia: a de que sua morte era uma missão predestinada. De que ele veio a esse mundo para salvar e buscar o perdido, através do seu sacrifício vicário. Paulo também em inúmeras passagens corrobora a mesma fala dos evangelistas em relação à morte de Cristo, que através da sua morte houve reconciliação de Deus com os pecadores (II Cor 5). Portanto, Jesus também era o culpado, porque entendia sua morte como plano divino e não fez absolutamente nada para escapar da mesma. Mesmo no seu maior momento de fraqueza, no Getsêmani, (local onde foi traído e preso) quando ele chora sangue e sua sangue, ele diz em oração: “Meu pai se possível, passa de mim esse cálice (morte); todavia, não seja feita a minha vontade, mas a sua.” (Mateus 26: 39; Lucas 22: 42).
Ao entrar no Templo e derrubar as mesas e bater nos vendedores com chicote – vendedores estes autorizados por Caifás – ele sabia que haveria retaliação por parte dos líderes religiosos, que a partir desse momento intensificaram a luta por sua morte, poucos dias após esse episódio, Jesus é crucificado. Portanto, ele sabia o tempo todo dos riscos de morte que corria.
Diante do exposto, fica claro quem são os verdadeiros culpados pela crucificação de Jesus, há dois milênios. Caifás tem os motivos, Pilatos a autoridade, foi de fato quem proferiu a sentença de morte, mesmo contra sua vontade, e por causa de um artifício perverso usado por Caifás e outros líderes religiosos judeus, quando disseram ao Procurador: “Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César!” (João 19:12). Esse argumento malicioso fez Pilatos temer por sua própria vida, pois Jesus era visto como um revolucionário, um rebelde. Se ele o soltasse e se chegasse aos ouvidos de César (o imperador) o próprio Pilatos, poderia ser crucificado. Por isso, ele entrega Jesus à crucificação (João 19:16). E o outro culpado, por mais que pareça improvável, num primeiro momento, é o próprio Jesus.
Diante do exposto, a acusação mais aceita de que o povo judeu foi o culpado não cabe, pelo simples fato de que outrora como hoje, o povo não tem capacidade de decisão, sobretudo em um julgamento legal, com regras preestabelecidas, além do mais, a pena de morte por crucificação era romana, não judaica, portanto deveria ser dada por uma autoridade do Império Romano, nunca pelas autoridades de Israel, muito menos pela população de judeus oprimidos por Roma.
É imprescindível contextualizarmos as passagens bíblicas para termos uma interpretação correta, a simples reprodução de uma pseudoverdade, não faz da mentira uma verdade. Tão somente uma ilusão na cabeça dos incautos!





[1] Pena de morte ou pena capital é um processo legal pelo qual uma pessoa é morta pelo Estado como punição por um crime cometido. A decisão judicial que condena alguém à morte é denominada sentença de morte, enquanto que o processo que leva à morte é denominado execução. Crimes que podem resultar na pena de morte são chamados crimes capitais. A palavra capital tem origem no termo latino capitalis, que significa "referente à cabeça" (em alusão à execução por decapitação).

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Precisamos de uma nova reforma!


Em comemoração aos 499 da Reforma Protestante!

A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço. (Martinho Lutero) 
Hoje é um dia muito especial para os protestante do mundo inteiro. Hoje faz 499 anos que o monge agostiniano Martinho Lutero fixou as suas 95 Teses contra as indulgências e outros abusos praticado pela igreja Católica medieval.
Infelizmente a maioria absoluta das pessoas evangélicas desconhecem quem foi Martinho Lutero e o dia 31 de outubro de 1517. Uma data muito importante para a história universal, sobretudo do Ocidente.
Lutero dividiu o mundo. Lutou contra a maior força política e espiritual de todos os tempos, a igreja Católica. Obviamente que não conseguiria êxito se do seu lado não estivesse parte da nobreza alemã. 
Em todos os livros de história no ensino público em nosso país, do sétimo ano, está sendo narrada a sua saga e de outros protestantes, como João Calvino e Zwenglio. Assim como, dos pré-reformadores Jan Huss e Savonarola.
O que motivou a Reforma foi principalmente a Venda de Indulgência, ou seja, a igreja comercializa o perdão, as pessoas pagavam uma quantia em dinheiro para livrarem seus parentes vivos ou mortos, do purgatório e do inferno.
Outro motivo foi a Simonia, compra ou venda ilícita de coisas espirituais (como cargos eclesiásticos e sacramentos) ou temporais ligadas às espirituais (como os benefícios eclesiásticos). Era comum na Baixa Idade Média, séculos XI ao XV, os nobres comprarem cargos religiosos, como de Cardeal e Bispo por certa quantia de dinheiro.
Outra coisa denunciada por Lutero e demais reformadores foram as vendas de relíquias sagradas. O escritor português Eça de Queiroz nos diz que somente em Portugal, a igreja vendeu tanto pedaços da cruz que daria para fazer cem mil cruzes. Vendia-se de tudo, desde o leite dos seios da Virgem Maria, espinhos da cruz, objetos pessoais dos santos etc., sem contar que também se cobrava para ver ossos dos apóstolos, santos, como um caso muito interessante, João Batista que na bíblia teve sua morte por decapitação, a igreja nesse período tinha 13 cabeças autênticas dele e as pessoas pagavam para vê-las. Lutero em uma de suas pregações ironizava a prática do clero ao dizer, que dos doze apóstolos de Cristo, 18 estavam enterrados na Espanha.
Esses incontáveis absurdos que eu poderia aqui multiplicar, juntamente com a corrupção generalizada do clero, aqui incluindo os papas do período, como Alexandre VI e Leão X, levaram a um descrédito imenso a igreja. Ela de fato precisava ser reformada. 
Lutero se enganou achando que poderia reformar a igreja. E quando o papa em 1521, declarou sua excomunhão e ele foi perseguido pelo Tribunal do Santo Ofício (Inquisição), como herege, ou seja, aquele que vai de encontro a sã doutrina, ou o que estava estabelecido pelos papas. E assim, à revelia de sua vontade e satisfazendo os interesses dos príncipes alemães que sonhavam em se livrar do jugo pesado de Roma, surge a Igreja Luterana, a primeira igreja protestante. Logo a seguir, Ulrich Zwínglio, João Calvino e o rei inglês, Henrique VIII, também levam a reforma a outros países europeus dividindo a cristandade no continente. 
O papa Paulo III, em 1542, convocou um concílio. Que entre os anos de 1545 e 1563 se reuniu, na cidade italiana de Trento, para tentar conter os avanços da reforma protestante. Surge aí a Contra Reforma ou Reforma Católica.
Dentre as principais decisões do concílio de Trento podemos citar:
- Condenação à venda de indulgências (um dos principais motivos da Reforma Protestante, que foi duramente questionada por Martinho Lutero).
- Confirmação do princípio da salvação pelas obras e pela fé. 
- Ressaltou a importância da missa dentro da liturgia católica.
- Confirmou o culto aos santos e à Virgem Maria. 
- Reativação da Inquisição (Tribunal do Santo Ofício). 
- Reafirmou a doutrina da infalibilidade papal. 
- Confirmou a existência do purgatório. 
- Confirmação dos sete sacramentos. 
- Proibição do casamento para os membros clero (celibato clerical). 
- Criação de seminários para a formação de sacerdotes. 
- Confirmação da indissolubilidade do casamento. 
- Medidas e decretos visando à unidade católica e o fortalecimento da hierarquia.
Umas das considerações mais importantes sobre a Contra Reforma, foi a admissão da igreja de muitos de seus erros, principalmente da Venda de Indulgências. Como também, a afirmações de outras doutrinas duramente criticada por Lutero e demais reformadores, tais como, os cultos aos santos e a infalibilidade papal. 
O que me levou a escrever esse excerto, não foi o aniversário da Reforma em princípio, mas a notória observação que nós precisamos de uma Nova Reforma urgente!
Tanto a igreja Católica quanto as protestantes históricas e esse grupo chamado evangélico com suas inúmeras ramificações precisam rever muito de suas práticas e dogmas.
Hoje muitas igrejas agem como se tivessem na Idade Média, as indulgências voltaram, a barganha, a negociata e a falta de pudor eclesiástico são claramente percebidos. 
Jesus deixou de ser um mestre, um transformador de corações e vidas e passou a ser marca, virou produto no famigerado mercado religioso. Seu nome gera bilhões de dólares. Virou de marca de refrigerante no nordeste a empresa que lava dinheiro, como a de Eduardo Cunha, chamada: Jesus.com . Perdeu-se o temor!
Milhões de pessoas são espoliadas no Brasil e no mundo através do mal uso do nome de Jesus. A mensagem que deveria trazer libertação, tornou-se fonte de exploração. 
Eu ouso a dizer que o que se instalou em nosso meio hoje é muito pior que Lutero enfrentou no século XVI. A igreja se tornou um ajuntamento de assaltados, pelos piores criminosos da história, àqueles que extorquem o último centavo da pessoa em nome de Deus.
Multiplicaram-se campanhas, as mais bizarras possível, como a famosa Fogueira Santa, que pede todo o salário do fiel. A igreja não sabe se precisa do dinheiro para viver ou se vive por causa do dinheiro. Numa inversão de valores extrema.
Nunca antes precisamos de uma reforma. Há um texto famoso nas escrituras que diz, que se não nos levantarmos a pregar e denunciar o erro as pedras clamarão. Espero que não seja necessário as pedras clamarem. Mas que nós possamos nos levantar e proclamar uma nova reforma.


sábado, 15 de outubro de 2016

Sobre o dia do professor!

Que esse dia 15 de outubro, dia do professor, seja um dia de muita reflexão e menos mensagens bonitas. Estamos vendo e os profissionais da educação estão vivendo um caos total no ensino, sobretudo o público. Desrespeito por parte substancial dos alunos, que não recebem educação em casa e que muitos pais se esqueceram ou finge esquecer que escola é responsável pela escolarização, mas educação vem da família. Baixos salários, o pior entre profissionais com ensino superior e pós graduação. Atrasos constante no pagamento por parte dos órgãos públicos, principalmente Estado e Prefeitura, mesmo recebendo verba Federal, conseguem fazer a mágica de desaparecerem com os salários dos profissionais da educação. Que o diga o governo da cidade de Cabo Frio RJ, que não paga os salários a três meses. Escolas mal equipadas, sem recursos audiovisuais, sem merenda de qualidade e algumas prefeituras das quais eu trabalho, que o professor tem que fazer vaquinha para tomar cafezinho. Aí, quando um grande amigo quer abandonar a profissão de educador para abrir um bar, as pessoas ficam perplexas, se esquecendo de um célebre dito popular: "Quem sabe da quentura da panela é a colher que mexe" que Deus tenha misericórdia de nós!
Como bem disse, o professor Moisés:
O desafio da educação brasileira não se resume a estimular crianças e adolescentes a aprender. Exige, também, encontrar quem se disponha a ensiná-los. Nas últimas décadas, a perda de interesse dos jovens pela carreira de professor dificulta a seleção de educadores em quantidade e qualidade suficientes para garantir o salto de desempenho que se espera nas escolas. Ao cativar o interesse de apenas 2% dos estudantes do Ensino Médio, conforme demonstrado pela pesquisa "A Atratividade da Carreira Docente no Brasil", o magistério brasileiro segue caminho inverso ao de países desenvolvidos.
Em lugares como Japão, Finlândia ou Coreia do Sul, todos com ensino de excelência, a atividade conta com bons salários, reconhecimento social e por isso é capaz de peneirar candidatos entre os melhores alunos. No país, os baixos rendimentos, a perda de status e o desgaste do trabalho contribuem para o envelhecimento da categoria e despertam temor em relação ao futuro da profissão.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A Operação Lava Jato e a Morte do PT!


É extremamente perigoso falar de política e de justiça no momento político conturbado em que vivemos, sobretudo por conta da nefasta polarização que tomou conta do Brasil, que colocou petistas e tucanos ou petralhas e coxinhas, como muitos preferem, em extremos opostos e pior, querendo que toda a sociedade caia nesse jogo, como se só houvesse dois únicos partidos e duas únicas ideologias no mundo.
O PT foi o partido que mais perdeu nas eleições de domingo passado, caiu de aproximadamente 650 prefeituras em todo o Brasil para 230, nessa eleição. Perdeu até mesmo onde fazia um bom governo, por exemplo em São Paulo, governada pelo ex ministro Fernando Haddad.
Em contrapartida, o partido que mais cresceu foi seu arquirrival, o PSDB. Para as pessoas despolitizadas, os chamados analfabetos políticos, e os desavisados de plantão, podem não ter percebido o ocorrido, mas a queda do PT e ascensão dos tucanos se deu obviamente, pela famosa Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e o MPF, sediado em Curitiba, foram a grande causa do declínio petista.
Eu sempre fui um grande entusiasta da Operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro, pelo motivo óbvio de ver criminosos do colarinho branco e empresários e empreiteiros bilionários sendo presos no Brasil, algo inédito, e, obviamente digno de vigoroso aplauso e reconhecimento popular.
Mas a Operação Lava Jato foi seguindo, as prisões acontecendo e com elas uma enorme e avassaladora quantidade de delações premiadas, um recurso judicial, que diminui a pena do “informante”, consegue prender outros criminosos e recuperar o dinheiro desviado das estatais, Petrobras e Transpetro, por exemplo.
As delações foram ocorrendo e cacifes de outros partidos como PP, PMDB, PSDB foram acontecendo e provado seus envolvimentos com a roubalheira nas estatais, mas o que aconteceu com esses parlamentares? Absolutamente nada! Com Aécio Neves, oito vezes delatado? Nada! Com Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e tantos outros? Também nada!
Diante de tanta “injustiça” da Operação que num primeiro momento passou a ideia de ser a baluarte da justiça e da correição no Brasil, sobrou a minha indignação, pois não existe justiça contra um grupo em detrimento de outros, contra um único partido e não contra os outros que estão envolvidos no mesmo crime e transgressão. A Operação Lava Jato, infelizmente está se mostrando um instrumento de perseguição político-partidário. Se tornou um instrumento aviltante de justiça, um verdadeiro samba de um nota só, ou de um partido só.
A maior vitória da Operação Lava Jato, não foi como eu acreditava e milhões ainda acreditam, que era levar políticos corruptos presos e grande número de empresários financiadores de eleições para atrás das grades, muito menos recuperar o dinheiro púbico roubado. Mas a grande vitória da Lava Jato, aconteceu no dia dois de outubro, que foi a morte paulatina do PT e a ascensão do PSDB. Se você leitor ainda não percebeu isso, ou fingi não enxergar o óbvio, chegou a hora de levantarmos e denunciarmos essa grande armação política, escondida sobre o manto da justiça!       

A Tragédia do Brasil são os brasileiros!

Não existe um momento no qual eu sinto vergonha de ser brasileiro como nesse agora: o das eleições, de dois em dois anos, entre os meses de agosto e novembro, eu queria deixar de ser brasileiro. Depois desse período que antecede as eleições e um mês após o pleito eu recupero minha brasilidade.
A deputada Cidinha Campos, certa feita disse: “No Brasil o político quanto mais ladrão mais querido!” E a cada pleito eu percebo a grande verdade dessa assertiva, eu um cético admitindo uma verdade indubitável, parece até contraditório, mas, os candidatos vitoriosos e seus respectivos partidos corroboram a afirmação da ex parlamentar. Ela também afirmou nesse mesmo discurso memorável: “A corrupção está no DNA dos brasileiros”. Essa é uma meia verdade, pois muitos brasileiros resistem de maneira implacável a corrupção, muitos já desfaleceram e perderam a esperança de uma mudança ética no país, outros parecem ratificar a frase da deputada, parecem que nasceram corruptos e sem perspectiva de mudança.    
Outra frase que se tornou viral foi a do historiador Leandro Karnal: “Não existe político corrupto com povo honesto”. Ela sintetiza bem a política brasileira e a maioria dos eleitores brasileiros, que são desinformados, analfabetos políticos e corruptos. O problema do Brasil não é a sua classe política, mas o povo que a elege a cada eleição. Democracia em grego significa governo do povo, sendo assim, a população é a total responsável pelos políticos que elege.
Ao olhar os resultados do último domingo em nossa região, não precisamos ir longe, vamos ficar por aqui, nesse pequeno retrato e recorte do Brasil, percebemos como o povo ama os corruptos, a maioria absoluta dos eleitos são condenados e inelegíveis, alguns com mais de cinquenta condenações judicias e mais de duzentos processos na justiça. Como pode isso acontecer? Como explicar algo tão vil e ignominioso?  Há cidades aqui em que o primeiro, segundo e terceiro colocados todos são fichas sujas e condenados pela justiça eleitoral e penal!      
A minha amiga e professora Neisiana Andrade fez uma excelente análise do fenômeno dessas eleições, em muitos municípios, que é a vitória das mulheres dos fichas sujas, ela disse: “Uma das provas mais indubitáveis que confirmam que brasileiro idolatra a corrupção é a eleição, com números expressivos de votos, das senhoras esposas de candidatos cassados e inelegíveis. Me diga em quem votas e te direi quem és”.

É, infelizmente o grande problema do Brasil são os brasileiros! A grande maioria continua cega, surda e só pensando em seu próprio umbigo e se esquecendo que a grandeza da política é o bem comum e a melhoria da coletividade. Que Deus tenha misericórdia de nós, mais quatro anos de descaso, roubo e sofrimento!!  

                                                                                                          Por (Acioli Junior)
                                                                                                                  
                                                                                                             

sábado, 17 de setembro de 2016

O que é ser cristão



Ser cristão não é sinônimo de ser religioso;
Não é frequentar igrejas e templos religiosos;
Não é fazer “campanhas” e atividades religiosas;
Não é possuir carteira de membros de alguma instituição religiosa ou igrejas;
Não é possuir cargo eclesiástico;
Da mesma forma que templo não é igreja, no sentido neotestamentário[1], mas mera construção humana; frequentá-lo não faz de ninguém um cristão;
Ser cristão significa ser imitador de Cristo, é parecer-se com Jesus;
É tentar viver como Cristo viveu, andar como Cristo andou, e o mais importante, com o tipo de pessoa que Ele andou;
É comer e beber com quem Ele comeu e bebeu;
Ser cristão também significa combater o que Cristo combateu;
É denunciar a hipocrisia e os preconceitos religiosos;
Cristão verdadeiro chama pseudos-sacerdotes e mercenário da fé de “raças de víboras”, como Jesus os chamou;
Mas ser cristão é sobretudo, amar a vida humana, é torcer por ela, e, se possível, se entregar por ela;  
De fato é muito difícil ser um verdadeiro cristão. Mas aqueles que são, serão chamados sal da terra e luz do mundo.



Por Acioli Junior





[1] Novo Testamento.


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Abaixo a polarização!!


Se tem uma coisa que os marqueteiros políticos e a mídia comprada faz muito bem é gerar uma polarização política, entre duas pessoas, muito comum em municípios; ou entre partidos, muito comum entre Estados e no governo federal.
Polarizar significar dividir opinião entre dois polos opostos. Dois grupos hegemônicos, ou entre duas pessoas. Na política denota uma situação divergente e oposta. É uma centralização de ideias ou ações em relação a um ou mais pontos; concentração de esforços em torno de algo.
Podemos ver essa polarização aqui em nossa cidade e região, nesse caso sempre em dois nomes hegemônicos. No caso de Cabo Frio entre Marquinhos Mendes e Alair Côrrea, outrora era entre o último e José Bonifácio. Em Búzios ficou-se anos entre Mirinho Braga e Toninho. Esses exemplos poderiam ser multiplicados aos milhares em todo o Brasil.
O Brasil tem vivido alguns anos a nível federal essa polarização. Não entre dois nomes, mas entre dois partidos políticos: o PSDB e o PT. E o pior, para haver governabilidade precisam se aliar com outros partidos, principalmente o PMDB, partido com o maior número de parlamentar. Que troca apoio por cargos ministeriais estratégicos e em grandes estatais.
Cientistas políticos afirmam que a nível federal a vitória sempre apertada outrora do PSDB, e a mais de uma década do PT, sempre com o maior rival em segundo, pode ser a causa da polarização. Eu pessoalmente acredito que a mídia que se divide em apoio velado a ambos os grupos, o financiamento privado de campanha, que gera campanhas milionárias para ambos os grupos e o conservadorismo brasileiro que impede muitas das vezes mudanças políticas radicais sejam a causa que contribui para a polarização.

Deve-se ressaltar que a polarização é um câncer no Brasil. E a manutenção de uma estratégia nefasta, que muito tem prejudicado nossa nação, estados e municípios. Da mesma forma que devemos fazer uma reforma política abrangente, radical e profunda, devemos também, combater a polarização.  

segunda-feira, 14 de março de 2016

Justiça pelas próprias mãos!




Hoje em uma das minhas redes sociais coloquei um vídeo que mostrava um menor quase sendo linchado pela multidão numa manifestação passada. O motivo? Ele havia furtado um objeto de uma senhora.

O menor, ou melhor, a criança - no máximo um pré-adolescente - só não ficou muito machucado porque havia uma patrulha policial por perto.

Coloquei como título da minha postagem “Sociedade Hipócrita: Vão ás Ruas Contra a Corrupção e Querem Linchar Menor Infrator”, pois, como podemos ir às ruas pelos nossos direitos e contra a corrupção, se não respeitamos a vida humana e o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA)?

Mas o que me ocorreu em seguida foi algo interessante: os comentários ao vídeo postado foram a favor do espancamento do menor. Da justiça pelas próprias mãos. E o pior, advindo de pessoas ditas cristãs, frequentadores de igreja, “discípulos” de Jesus!

Como pode alguém que se diz religioso e cristão ser a favor de um linchamento coletivo? De amarrar uma pessoa e espancá-la como ocorreu há tempos pretéritos no Rio de Janeiro com um adolescente negro?

As pessoas favoráveis ao ato inescrupuloso praticado por alguns manifestantes contra o menor pensam estar vivendo sob o Código de Hamurabi, pela Lei de Talião (Lei da Vingança), pelo "olho por olho e dente por dente", não vivendo num Estado Democrático de Direito, com uma Constituição, Código Penal, Código Civil e ECA .

Não podemos pagar mal por mal, nem cometer um crime em retaliação por outro crime. Justiça pelas próprias mãos não existe em nosso regimento legal. Quanto menos ao se tratar de uma criança ou pré-adolescente, a quem a lei protege com maior intensidade. Quem tem que julgar o crime praticado pelo menor é a Justiça com base no ECA, e não a parte inconsequente e vingadora da sociedade.

Eu tenho certeza absoluta disto, e o disse àqueles que defendiam a barbárie no comentário à minha postagem: “Se esse menor tivesse uma boa família e recebesse educação de qualidade, as chances de ele estar nas ruas furtando seriam mínimas. Com certeza sua vida teria um rumo diferente”.

Um dos interlocutores, contrário à minha argumentação provocava-me: “Você quer entrar para os Direitos Humanos, Romero Rômulo?”, fazendo alusão à novela das nove, A Regra do Jogo”; respondi-lhe: “Ninguém precisa entrar para os Direitos Humanos para proteger a integridade e a dignidade humana”.

Como afirmava Mahatma Gandhi: “Olho por olho, e o mundo acabará cego”. Já dizia Milton Santos: “Nunca houve humanidade, mas ensaios de humanidade”. Estamos ainda nos ensaios, precisamos nos tornar humanos de fato.

Leonardo Boff asseverou: “Somos o homo sapiens et demens” (homem sábio e demente); infelizmente, muitas das vezes a demência e a barbárie têm prevalecido contra a sabedoria.

Diante do exposto, termino pedindo que meditem nas palavras de Jesus em Mt 7:12: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas”.



[1] Texto escrito em 14/03/2016, para refletirmos sobre o Estado Democrático de Direito e o desejo de vingança por parte da população que anseiam em fazer justiça pelas próprias mãos.

 


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Espiritualidade X Religiosidade


Muitas pessoas têm confundido esses dois conceitos e essas duas formas de vivência. Normalmente as pessoas acreditam que religiosidade é espiritualidade. Ledo engano!
Espiritualidade é abrir-se para o transcendente, para o infinito, para o próximo e para si. Religiosidade é uma prática doutrinária e religiosa sem vida, sem alma, sem profundidade. Está muito mais para encenação teatral do que para a verdade de vida. Espiritualidade é a preocupação com o outro, sem ser notado e percebido. Religiosidade tem-se a necessidade de se mostrar para os outros, mesmo que pouco se faça em prol do próximo.
Espiritualidade se contenta com o vazio do seu próprio quarto, até mesmo com o deserto, pois sabem que Deus os vêem em secreto! Enquanto a religiosidade se preocupa em ter seus feitos e ações visíveis e aplaudidas pelo máximo de pessoas. Há uma carência implícita em ser notado, percebido, aplaudido, ovacionado!
Pessoas espirituais mesmo sem saber que fé tem a mesma raiz grega e latina de fidelidade (Fide em latim), a possuem como descanso na soberania de Deus, como força para enfrentar os dias maus e capacidade para promover o bem ao próximo. Os religiosos usam a fé como uma varinha mágica que os proporcione “bênçãos”, sobretudo no âmbito material e financeiro. A fé nesse último caso é só um meio de se alcançar coisas, não um relacionamento com o transcendente. Como afirmar Luiz Carlos Matias: “Espiritualidade é para quem busca entendimento, religião para quem busca recompensa”. 
A espiritualidade é um caminho eterno, divino! A religiosidade meramente humana.
A espiritualidade é uma dádiva do altíssimo; enquanto a religiosidade terrena.
A espiritualidade eleva o espírito, enquanto a religiosidade o Ego humano.
A espiritualidade transcende o ser, o eleva; a religiosidade apequena a vida humana, a torna mesquinha e medíocre.
A espiritualidade volta-se para o interior; é uma profunda introspecção; enquanto a religiosidade contenta-se com mera exterioridade. 
A espiritualidade busca coisas eternas; enquanto a religiosidade coisas terrenas e efêmeras. 
A espiritualidade procura o bem do próximo e da coletividade; enquanto a religiosidade procura o bem pessoal, no máximo o familiar.
A espiritualidade enxerga a miséria pessoal e humana; a religiosidade faz seres miseráveis sentirem-se super-homens.
O caminho da espiritualidade é de humildade e reconhecimento da fraqueza humana; o da religiosidade é da prepotência e da altivez humana.
Como diz o líder Budista, Dalai Lama: “Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa”.
Pense nisso, abra mão da encenação inerente a religiosidade, procure uma transformação interior advinda da espiritualidade!


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Quando o improvável dá certo: Uma análise das ideias de Jesus!!


Depois de dois milênios de Cristianismo e de suas ideias dominarem o Ocidente, para nós parece naturalizado o pensamento cristão. Tantos os dogmas e tradições muitas vezes inventadas e transformadas ao longo dos séculos, como as ideias originárias dos Evangelhos.
Eu porém, ouso dizer, que não há nada mais absurdo e louco do que as palavras dos Evangelhos atribuídas a Jesus. Tanto hoje quanto na antiguidade, creio que no mundo antigo, eram bem mais impactantes e vistas como loucura.
Todo estudioso do Jesus Histórico e do Cristo da fé, deve admitir que Jesus foi a pessoa mais extraordinária da história, muitos filósofos e pensadores ateus admitem esse fato com imensa tranquilidade, mesmo não o considerando Filho de Deus e Deus encarnado. Isso não se deve apenas pela mudança ocorrida no calendário Gregoriano (cristão), que temos no Ocidente, que a história é dividida em antes e depois de Cristo, mas sobretudo, pela transformação e impacto de suas ideias.
O que torna Jesus tão peculiar e diferente de todos os líderes religiosos e profetas que o precederam, foi o impacto avassalador da mensagem que ele trazia, mensagem como disse, absurda, mas transformadora.
A lógica que sempre perdurou no mundo era a da xenofobia (aversão e ojeriza aos estrangeiros), a lei em vigor em todo o Oriente Antigo e ao redor do mundo era a conhecida lei de Talião: “Olho por olho, dente por dente”, a lei da vingança. Essa lei está expressa no próprio Antigo Testamento e no famoso Código de Hamurabi, como o conhecido apedrejamento daqueles que eram pegos em fragrante adultério. Do cortar as mãos do ladrão e de assassinar os assassinos.
Jesus inverte essa lógica que satisfaz o ego humano, pois quando nos fazem mal, a primeira coisa que pensamos é em se vingar. Jesus propõe o absurdo de dar a outra face, para aqueles que nos feriram. Ele propõe amarmos os nossos inimigos e ainda orar por eles. Ele propõe devolvermos amor, oração e perdão para aqueles que nos fizeram o mal.
Pode existir uma proposta mais louca que essa, de amarmos os que nos ferem? Creio que não. De perdoarmos aqueles que maldosamente e conscientemente nos feriram? Creio que não! De orarmos por aqueles que nos perseguem e querem inescrupulosamente nosso mal? Também creio que não!
Jesus inverteu a lógica humana, legal, cultural e absolutamente natural nas relações sociais. E ele mesmo deu o exemplo maior que poderíamos inverter a lógica perversa e “natural” da vingança, que era o que vigorava em sua própria época e em toda história da humanidade. Na cruz ele olhou para seus algozes e carrascos e disse uma frase que deveria ser emoldurada: “Pai, perdoa-os porque não sabem o que fazem”.
O impacto das palavras e ações de Jesus foram tão imensas e marcantes que a maioria absoluta dos historiadores que pesquisam a história da poderosa Roma Antiga, o maior império já existente, afirmam categoricamente, que um dos principais motivos da Queda do Império foi o crescimento do cristianismo entre seus soldados e o impacto das palavras de Jesus, que pediam para amarmos nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem. O império belicista e poderoso viu que seus soldados não queriam mais guerrear, pois a mensagem impactante de Jesus, mudara seu ser e transformara suas mais profundas convicções!
Hoje mesmo com toda a dificuldade de seguirmos e pormos em prática o que o mestre dos mestres falou e viveu. Vemos claramente no ocidente as mudanças trazidas por essa mensagem. Por exemplo, a compaixão que damos aos malfeitores, quando dizemos e defendemos que o assassino, o ladrão e o violador, mesmo preso deve ser tratado com dignidade. As leis foram se flexibilizando e tornando-se mais amenas. Saímos da lei da vingança e estamos passando para a lei da justiça com dignidade ao transgressor.

É notório que mesmo em nossos dias as palavras de Jesus sejam quase que impraticáveis para a maioria absoluta dos seres humanos, inclusive por cristãos. Mas cada vez que não cumprimos tais ordenanças deixadas por ele, pois deixamos prevalecer a lei da vingança em nossos atos, mas só no fato de pararmos e pensarmos que deveríamos agir diferente, conforme o Mestre, já comprova que Jesus foi o Cara. O maior ser humano que já existiu!