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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
O Messianismo Político e a Ascensão de Jair Bolsonaro
domingo, 8 de outubro de 2017
Relacionamento e Prioridade (Por Acioli Junior)
Tem
coisas que só percebemos com a maturidade ou quando apanhamos muito da vida, ou
pior ainda, quando perdemos alguém que amamos, ou ainda, quando percebemos que
amávamos depois que se foi.
Uma das
marcas fundamentais de um relacionamento saudável e duradouro é o que denominamos
de prioridade. A definição lexical desse substantivo feminino que mais gosto é
“condição do que é primeiro em tempo, ordem, dignidade”. Ou seja, prioridade é
tratar o outro com máxima atenção. É tê-lo como a coisa mais importante do
momento. É parar o que se faz para dar ao outro a devida atenção. É atribuir
respeito e apreço ao parceiro ou parceira.
Já perdi
relacionamentos com pessoas maravilhosas porque fui imaturo, egoísta e
inexperiente, não dei a devida atenção a elas. Também já perdi relacionamentos
porque só dei prioridade quando a pessoa que sempre me priorizou cansou-se e já
me tratava como sempre a tratei, com indiferença. Terminei ou mal comecei
outros relacionamentos, porque estava explícita a minha falta de prioridade e
igualmente dá minha parceira, então, nesse zero a zero, melhor não começar.
Essas
situações servem para nos mostrar que entrar num relacionamento sem dar o
devido respeito ao outro e sem priorizar a pessoa que se está ou se pretende
estar é uma grande perda de tempo, além de somente provocar feridas no outro ou
em si. A vida é muito efêmera, transitória e fugaz para a vivermos de qualquer maneira.
O ser humano tem dignidade inerente, portanto deve ser tratado da melhor forma
possível.
É muito
fácil percebermos num relacionamento se somos priorizados ou damos prioridade.
O egoísmo, pensar em si, não no casal, é uma marca singular da falta de
prioridade, responder mensagens no Direct, Messenger, ou WhatsApp meia hora ou
dez minutos depois estando online é exemplo claro de que não priorizamos ou não
somos priorizados, pois quem é importante para o outro receberá respostas
instantânea, ou uma desculpa informando que está ocupado no momento, mas nunca
ficará a ver navios esperando a boa vontade do outro.
É fácil
perceber se somos o centro das atenções de quem nos relacionamos. Ou quando
deixamos de ser importante para o outro, mas fácil ainda, é sabermos que não
devolvemos a altura o que nos é dado.
Eu sei
que diante de um mundo virtual com tantas ofertas para alguns, é extremamente
difícil priorizarmos e sermos priorizados de fato. É muito mais fácil errarmos
do que acertarmos num relacionamento no contexto social atual.
Mas uma
coisa é certa, não será em boates, festinhas e sites de relacionamentos que
você encontrará alguém disposto a te priorizar. Se até nas igrejas e templos
religiosos é difícil encontrar, imagine em baladas e sites de namoro. Se caso
alguém encontre um relacionamento saudável e respeitoso nesses locais, será um
milagre e muita sorte.
Bom seria
se cada pessoa fizesse uma reflexão e uma introspecção sobre o que fez e tem
feito da sua vida e de seus relacionamentos.
Deixo
quatro conselhos: primeiro, se você encontrou alguém que o priorize e você
gosta dessa pessoa, aproveita essa oportunidade de ter uma vida maravilhosa,
pois você acertou na Mega-Sena da vida. Não dê lugar a estupidez e ao egoísmo
que é inerente a vida humana, e jogue tudo a perder. Pode ser que nunca mais
encontre alguém que te tenha como prioridade. Segundo, se você não é tratado
com prioridade e percebe que não será tratado, não continue a dar socos em
pontas de facas, termine o relacionamento o quanto antes, pois quanto mais
duradouro maior serão suas feridas e frustrações. Terceiro, se você não trata
com prioridade e sabe que nunca irá tratar, deixe a pessoa seguir sua vida,
pelo menos ela pode encontrar alguém que a trate melhor que você e tem uma
chance concreta de ser feliz. Quarto, se não quer tratar com prioridade, pois
você ainda está no playground da vida, na era da curtição, abra o jogo e seja
sincero, diga que quer curtir o momento, assim você não iludirá o outro e ele
ficará sabendo das suas reais pretensões.
Seja
alguém que viva dentro de dois conceitos humanos fundamentais: Sinceridade e
Transparência. A vida e o outro agradecem!!
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Um clamor pelo Estado Laico e pelo Ensino Religioso Não-confessional
sábado, 17 de junho de 2017
Aposentados: O que Comemorar!?
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Os Desigrejados e a Crise Atual do Cristianismo!!!
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Uma feliz descoberta e uma triste constatação!
Na quarta-feira, 9 de maio de 2017, participava
de um Conselho de Classe na minha escola no município de Rio das Ostras. Como
muitos professores são oriundos da cidade de Casimiro de Abreu e principalmente de seu distrito, Barra de São
João, eu aproveitei para entrevistá-los sobre a Ponte[1]
Caída de Barra,[2]
queria saber quando a ponte foi construída, quem a mandou construir (em qual
governo), qual a finalidade de sua construção e, principalmente, quando ela
caiu.
Esse meu interesse pelo local advém do meu
livro “Roteiro Ambiental e Patrimonial da Cidade de Cabo Frio”, pois nele eu
faço a narrativa histórica de bens culturais e ambientais do segundo distrito
de Cabo Frio, das suas praias (Unamá, Aquários e Pontal) e dos rios São João e
Una. O supracitado Rio São João tem a sua foz na praia do Pontal, e a ponte ou
as pontes que esse rio atravessa abaixo fazem a divisão territorial entre os
municípios de Casimiro de Abreu e Cabo Frio. Portanto conhecer a história local
é do meu total interesse.
As entrevistas responderam algumas das minhas
perguntas; descobrir a data da construção da Ponte, ano de 1942 e sua
finalidade: servir como ferrovia, não como rodovia, como pensam as pessoas que
não conhecem sua história. Porém, eles não souberam responder a principal
questão, a data da queda da ponte. Nem nos sites das duas prefeituras (Casimiro
de Abreu e Cabo Frio) trazem essa informação. Entretanto, eles me indicaram uma
certa senhora, dona Elza, moradora e comerciante de Barra de São João, uma
profunda conhecedora da história e “causos” da localidade.
Eles não indicaram a data da “queda” da Ponte
Caída de Barra de São João, porque a mesma caiu em vários momentos distintos
nos anos 1950 e 1960, deixando-nos um lindo visual. Foi se tornando o mais
famoso Cartão Postal da localidade, tanto para Casimiro de Abreu como para Cabo
Frio.
Após o final do conselho de classe, prontamente
me dirigir a casa dessa senhora, encontrei seu comércio fechado e decidir não
chamá-la em casa, pois já era quase noite e chovia. Então, me dirigir a Campos
Novos, Segundo Distrito de Cabo Frio. Fui à casa de minhas tias[3]
e começamos a falar das histórias e principalmente das lendas envolvendo a
Fazenda Campos Novos e região.
Ao relatar a ambas os resultados de minhas
entrevistas e falar sobre a estação ferroviária de Barra de São João e da
finalidade da Ponte Caída, que era servir como ferrovia, minhas tias disseram:
“mas aqui também tem uma estação ferroviária bem perto, ela está em área da
Marinha, perto da escola pública municipal”. Eu fiquei estupefato com o que
ouvi, admirado, alegre. Pois eu ouvi pela primeira vez sobre um monumento
histórico, o qual estava bem próximo, e os livros de História de Cabo Frio, que
não são muitos e já os li todos, nenhum falava dessa estação, muito menos sobre
a possibilidade de passar trens nessa localidade.
O mais interessante foi ouvir sobre um
monumento histórico importantíssimo para a história da cidade de Cabo Frio,
especialmente para o Segundo Distrito, mas as pessoas que falaram dele pareciam
estar relatando de algo totalmente sem importância, insignificante. Eu disse
para minhas tias: _ “Ninguém pode valorizar aquilo que não foi educado para
valorizar, muito menos porque o poder público (municipal e federal - já que a
área pertence à Marinha, ou seja, à União) também não valoriza seus
patrimônios”.
É fundamental as pessoas serem educados
patrimonialmente, para assim valorizarem sua história, memória e identidade
cultural. Por isso urge um trabalho sério com nossos alunos para que eles
respeitem e se identifique com o patrimônio da localidade à qual pertencem. Da
mesma forma, que é necessário o poder público, nas esferas municipal, estadual
e federal dar o devido valor ao rico patrimônio da localidade. Se o governo não
os valorizar, dificilmente os governados os valorizarão.
É inaceitável saber que um monumento histórico
está abandonado a quase um século, sem que o poder público, as escolas, os
pesquisadores e a própria comunidade local o conheçam. Ele está há décadas
imperceptível e abandonado em meio a um matagal, como sendo algo de pouca
importância, e o pior, a poucos metros de uma escola pública municipal. Mesmo
assim os professores e alunos não conhecem a estação, muito menos sua história.
Fiquei muito feliz enquanto pesquisador por ter
descoberto essa subestação e muito triste por mais uma vez constatar que Cabo
Frio e o Brasil tratam tão mal da sua história e seu patrimônio cultural!
Obs.: 1 Ainda se pode ver a Estação Ferroviária
de São Pedro da Aldeia, hoje sede do IPHAN, a de Barra de São João intacta e a
de Campos Novos, no meio do matagal nas áreas pertencentes a Marinha do Brasil,
perto do trevo de Búzios. A Estação de Cabo Frio fica no Bairro Boca do Mato e
ainda está preservada (não como deveria), mas aos cuidados de particulares. A
de Rio das Ostras já foi completamente destruída, conforme relatos de seus
antigos moradores que por mim foram entrevistados. Também foram destruídas as
mais antigas estações ferroviárias da Região dos Lagos, a de Conde de Araruama
e Iguaba Grande, tendo somente lindas fotos de recordação das mesmas. A do
município de Iguaba Grande ficava situava no Bairro ironicamente chamado de
“Estação”.
Obs.: 2 “Por ocasião da Segunda Guerra Mundial,
a E. F. Maricá tinha interesse em alcançar a localidade de Macaé. Para tal, foi
criado o posto Telegráfico Fonseca no Km 156, de onde partiria a linha em
direção a Macaé, atravessando as comunidades de Búzios (Campos Novos), Rio das
Ostras, Barra de São João e Rio Dourado, daí até Macaé, margeando a rodovia. Em
Barra de São João ainda existe uma estação ferroviária com plataforma e dizeres
alusivos à EFM. Uma ponte sobre o Rio São João foi construída para atender o
tráfego ferroviário. Em Rio das Ostras havia a cerca de 20 anos atrás, uma
estação ferroviária. Segundo informações de moradores antigos da região, nesse
trecho ferroviário passaram somente autos de linha e troles, nunca circulando
qualquer trem comercial” (Rodrigues, 2005.)
[1]
Ao lado dessa ponte está à ponte
“nova” que faz divisa entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu. No
lado de Cabo Frio, fica o bairro de Santo Antônio, no Segundo Distrito, no lado
de Casimiro, seu Distrito chamado Barra de São João, por isso, ela é conhecida
como ponte Caída da Barra.
[2] A entrevista teve a finalidade de saber
sobre a Ponte, porque no meu Roteiro Ambiental e Patrimonial, escrevo sobre as
três praias do segundo Distrito: Unamar, Aquarius e Pontal (essa última próxima
à ponte) e sobre os Rios Una e São João (esse último tem a foz na praia do
Pontal, junto à ponte). Por isso se fazia necessário contar a sua história, era
algo imprescindível a meu trabalho!
[3] Minhas tias, que chamamos carinhosamente de Tia Dora e Tia Dadá, são nascidas e criadas em Campos Novos, assim como minha mãe que nasceu dentro da Fazenda de mesmo nome. Elas moram a mais de 60 anos no local e conhecem muitas histórias da região.