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sábado, 8 de junho de 2019

A Sophofobia e o ataque paulatino ao saber (Por Acioli Junior)

A sophofobia é a aversão ao saber. É  a ojeriza aqueles que buscam o conhecimento, é o ódio a universidade como promotora de ciência, pesquisa e saber. É o ressentimento contra aqueles que puderam se formar ou que estão a se formar numa universidade. É a tentativa de rebaixar a academia. De desmerecer professores e a titulação acadêmica.

A Sophofobia é a revolta do iletrado aos que passam ou passaram a vida toda dedicada ao conhecimento e a sua produção.

Sophia em grego significa sabedoria. Já fobia tem o significado de medo, falta de tolerância ou aversão.

Eu creio que a Sophofobia é um neologismo cunhado por mim, que acabei de criar, se já existi, eu desconheço, mas ao pensar no que vem ocorrendo no Brasil, veio a mente essa palavra.

Muito se tem discutido nas últimas semanas sobre o corte ou como o governo prefere, contingenciamento, na verba da educação. Uma coisa é certa, em todos os governos após a redemocratização houveram cortes nas verbas destinadas a educação, saúde,  segurança e inúmeras outras áreas. Bolsonaro não foi o primeiro nem será o último a fazê-lo.

Todavia, nunca houve em nenhum outro governo o que tem ocorrido nesse. Que é a perseguição as universidades públicas promotoras de conhecimento, pesquisa e ciência. A perseguição esdrúxula aos professores, com a tentativa de amordaça-los com o Projeto Escola Sem Partido, que não teve início nesse governo, mas foi apoiado pelo presidente, seus filhos e principalmente pelo seu partido, o PSL.

A perseguição leviana e nefasta a área humana, sobretudo,  a Filosofia e Sociologia nas universidades federais. O presidente e o ministro da Educação, já deixaram claro em seus discursos que irão retira-las. Lembrando, ditadores e pseudo ditadores odeiam essas duas disciplinas, por gerarem senso crítico,  cidadãos autônomos, questionadores e pessoas atentas a realidade social.

A perseguição ao maior educador do Brasil e da América Latina e um dos maiores do mundo: Paulo Freire, o terceiro autor mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo. Que é patrono da educação brasileira e estudado no mundo inteiro pelas mais renomadas universidades. Que ainda possui mais de 30 títulos de doutor honoris causa. O governo quer retirar dele o título de patrono da educação do Brasil. Um retrocesso e perseguição inominável!

O presidente também disse que não quer que os alunos estudem sobre política. Ele deixou claro em seu discurso na posse do novo ministro da educação que tem como um dos objetivos da pasta desestimular o interesse de crianças e adolescentes por política nas escolas. “Queremos uma garotada que comece a não se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comece a aprender coisas que possam levá-las ao espaço no futuro”, disse.

Jair Bolsonaro esqueceu que três de seus filhos são políticos. Flávio é senador pelo Rio de Janeiro, Eduardo é deputado federal por São Paulo e o Carlos é vereador também da capital paulista. A lógica é: filho de pobre não pode se interessar por política, mas meus filhos podem viver da política. Uma grotesca contradição!

Além de tudo isso, o presidente e seus filhos tem como ideólogo e guru, um pseudo filósofo, Olavo de Carvalho, que nem conseguiu concluir o Ensino Fundamental. Por isso, percebe-se seu ressentimento da academia e dos acadêmicos.

Por tudo isso citado acima, vemos os eleitores idólatras do “mito" destilando ódio as universidades públicas, ojeriza aos professores, chamando-os de doutrinadores, marxistas, comunistas e os menosprezando. Além de postarem avalanches de fotos fake news, com imagens de jovens nus, que eles dizem estarem numa universidade pública brasileira, mas na verdade são fotos a maioria de estrangeiros e que foram desmascaradas em inúmeros jornais e sites de pesquisa. Tudo isso com intuito de corroborar e ratificar o “contingenciamento” das verbas para a educação. Sem contar as postagens que chamam os estudantes de maconheiros e usuários de drogas. Tudo com a finalidade de desmerecer a academia e ratificar as atrocidades contra a educação.

O próprio ministro da educação, nunca foi um acadêmico. Coleciona histórico universitário medíocre e inúmeras notas baixas além de 0, no seu registro acadêmico na USP. Por isso, é outro ressentido da academia.

Infelizmente vivemos sobre o império da Sophofobia. Essa é a discriminação do momento. Traduzida no ressentimento, na aversão e no ódio a academia e aos promotores do conhecimento.

Um país dirigido por quem tem ojeriza a educação nunca vai para frente!

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