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domingo, 28 de agosto de 2022

Qual a maneira correta de votar para parlamentares e vereadores?

 


Estamos vivendo tempos sombrios na política nacional. Temos a polarização nefasta que toma conta do país dividindo-o de um lado e, do outro, observamos o culto e a adoração a velhos cacifes políticos, especialmente aqueles que pleiteiam cargos do poder executivo (presidente da República, governadores de Estado e prefeitos). 

O povo brasileiro tem uma velha tradição de tão somente valorizar e fazer campanhas entusiásticas para cargos eletivos do executivo, além do fato de que pesquisas já comprovaram que as pessoas esquecem para quem votaram tanto para deputado federal, como para senador da República, com enorme facilidade, deixando nítido a desatenção com os parlamentares[1] e com o poder legislativo como um todo.

Essa menor importância os eleitores dão aos vereadores, em âmbito municipal, aos deputados estaduais e distritais, em âmbito estadual/regional e, aos deputados federais e senadores, em âmbito federal, infelizmente é histórico e notório. As pessoas mal sabem a função desses cargos. Poucos sabem que eles devem fiscalizar o poder executivo, como propor Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI) e o processo de impeachment do chefe do poder executivo, como também elaboram projetos de lei, que afetam diretamente toda a coletividade. O bem-estar pessoal e da nação como um todo perpassam pelas decisões das Câmaras Municipais, das Assembleias Estaduais e do Congresso Nacional[2].

Sabendo-se da relevância do Poder Legislativo, como deveríamos votar para eleger os vereadores e os nossos parlamentares?

Em primeiro lugar, deveríamos votar em vereadores do nosso bairro porque, ao fazê-lo, estaremos elegendo uma pessoa que mora próximo e seria quem podemos recorrer e cobrar o bom funcionamento dos serviços públicos que ocorrem em nossa localidade, como escolas, postos de saúde, praças públicas e creches, por exemplo.

O mesmo ocorre com os parlamentares. Devemos votar em deputados estaduais e federais da nossa cidade. Assim sendo, o estadual eleito irá pleitear junto ao governador serviços públicos para o nosso município, ao invés de lutar por uma outra cidade. Isso não é egoísmo, é sabedoria, pois, infelizmente no meio político prevalece a máxima “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Portanto, devemos eleger parlamentares que são nossos conterrâneos, que conhecemos, que moram próximos de nossas residências para, assim, vermos os serviços que tanto ansiamos e precisamos para a nossa comunidade, de fato acontecerem. Já os deputados federais podem trazer verbas da União para o município ou mesmo recursos das financeiros oriundos das famigeradas emendas parlamentares.

A outra razão fundamental de como eleger vereadores e parlamentares é votar em quem faz parte do mesmo grupo político e apoia o nosso candidato ao poder executivo. Traduzindo, não adianta votar em Lula para presidente e num deputado federal e senador bolsonarista; muito menos, votar em Bolsonaro para presidente e em parlamentares ciristas[3] ou petistas; também não adianta votar em Claudio Castro para governador e deputado estadual, que são da base da candidatura do Marcelo Freixo, seu adversário político; nem votar em José Bonifácio para prefeito de Cabo Frio, minha cidade, e em vereador da bancada de doutor Serginho e vice-versa. Devemos, portanto, sempre votar em parlamentares e vereadores alinhados com o nosso voto ao chefe do executivo municipal, estadual e federal.

A penúltima razão para eleger candidatos do poder legislativo é estar de acordo com seu projeto parlamentar, com suas propostas legislativas e ter uma afinidade e concordância ideológica com os candidatos. Questione os aspirantes a cargos públicos sobre suas propostas e veja se as mesmas são exequíveis ou não.

A última e fundamental razão, tão importante quanto às demais é votar em alguém que representa a sua classe social e os anseios e lutas dos seus pares, ou seja, a classe trabalhadora tem que parar de eleger aqueles que defendem tão somente ou, exclusivamente, os empresários, muita das vezes sendo favoráveis à perda de diretos trabalhistas e previdenciários do trabalhador; menos ainda, devemos eleger ruralistas e madeireiros, sendo nós defensores do Meio Ambiente. Da mesma forma que negros e índios não devem votar em quem são contrários aos direitos constitucionais das nações indígenas e dos quilombolas, como o direito à demarcação e da posse das suas terras, só para citar um exemplo. Vote em quem têm compromissos e vai lutar pelos anseios da sua classe social e do seu grupo.   

Não devemos esquecer jamais que, numa democracia representativa, na qual elegemos nossos representantes legais, o voto exerce o poder de uma procuração, pois estamos passando por meio dele o poder para outros nos representarem.  Votamos em cargos do executivo para governar e gerir o nosso município, estado e nação. Da mesma forma que vereadores e parlamentares fazem leis em nosso lugar. Portanto, a nossa responsabilidade, enquanto cidadãos, é enorme nesse sistema político.

Devemos votar com responsabilidade sempre almejando o bem comum. A coletividade precisa se sobrepor aos interesses pessoais, assim como devemos denunciar a compra de votos e o recebimento de qualquer benesse dos candidatos como moeda de troca para convencer eleitores. Um cidadão consciente não está à venda e não negocia seus valores por benefícios em período eleitoral. 



[1][1] O parlamentar é um membro de um parlamento, o qual exerce o poder legislativo. Em um sistema bicameral, os parlamentares são geralmente divididos em deputados e senadores.

[2] O Congresso Nacional é o órgão constitucional que exerce, no âmbito federal, as funções do poder legislativo, quais sejam, elaborar/aprovar leis e fiscalizar o Estado brasileiro (suas duas funções típicas), bem como administrar e julgar (funções atípicas). O Congresso é bicameral, logo composto por duas Casas: o Senado Federal (integrado por 81 senadores, que representam as 27 unidades federativas (os 26 estados e o Distrito Federal) e a Câmara dos Deputados (integrada por 513 deputados federais, que representam o povo). O sistema bicameral foi adotado em razão da forma de Estado instalada no País (federação), buscando equilibrar o peso político das unidades federativas.

 

[3] Que são do PDT, ou apoiam a candidatura de Ciro Gomes.

domingo, 14 de agosto de 2022

Os Milagres do período eleitoral

 

No período eleitoral ocorrem inúmeros milagres. Vamos a alguns deles:

Ao lado de pastores das Assembleias de Deus e do pastor Cláudio Duarte, Jair Bolsonaro, que não é evangélico, mas católico declarado, tomou a "Santa Ceia". Interessante que, enquanto os crentes são aterrorizados para não participar da Eucaristia, indignamente, pois serão réus do fogo do inferno, políticos podem tomar, livremente, e com a benção da classe sacerdotal corrupta, desde que mantenham às benesses costumeiras aos mercenários da fé e vendilhões do templo.

Outro grande "milagre", às custas do sacrifício dos Estados, foi a queda do preço da gasolina. Os combustíveis ficaram subindo durante três anos e seis meses do governo Bolsonaro com valores na estratosfera, mas, agora, há exatos três meses antes da eleição, vem baixando e, a cada pesquisa que sai com Lula liderando, faz com que o "milagre" da queda do preço se acentue. Como não conseguiu baixar o diesel, outro grande milagre aconteceu: até o final do ano, pós-eleição, os caminhoneiros receberão R$ 1.000,00 mensais. Quem é maduro e entende, o mínimo, sobre política, sabe que, depois da eleição, esses milagres perdem o efeito e só Deus sabe o custo deles ao país e para quanto irão subir os preços dos combustíveis, que estão, milagrosamente, congelados ou caindo, acentuadamente.

Taxistas, que nada tem a ver com os preços do diesel, pois abastecem seus carros com gasolina, etanol e, especialmente, GNV, também foram agraciados com o milagre do Mito: irão, também, receber a quantia milagrosa de R$ 600,00 até o final do ano. Traduzindo, até o final do pleito eleitoral.

Outro grande milagre do governo Bolsonaro e dos seus aliados foi o fato do governo ser contra o Piso Nacional da Enfermagem e fazer campanha contra o Projeto de Lei (PL) do senador Fabiano Cantarato. Inclusive, Eduardo Bolsonaro votou contra a aprovação do Piso na Câmara, até gravou vídeo justificando seu voto contrário. Mas, após a aprovação do Piso pelo Congresso Nacional, Bolsonaro sanciona vetando o reajuste anual com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mas faz propaganda Fake News e eleitoreira, fingindo que sempre foi favorável ao Piso da Categoria. O milagre, nesse caso, é dizer e criar uma narrativa que seria favorável ao que ele e seus aliados foram (e são) contrários.

Cláudio Castro, discípulo do milagroso Mito, Bolsonaro, também tem feito grandes milagres. Depois de três anos e seis meses de estradas esburacadas em todo o Estado e municípios do Rio de Janeiro, todas as cidades, sem exceção, nos últimos quatro meses estão recebendo a "Graça" milagrosa do asfaltamento. Até na zona rural dos municípios o milagre tem ocorrido intensamente.

Mas, não para por aí. Cláudio Castro conseguiu, milagrosamente e de maneira fantástica, colocar mais de 18 mil pessoas para trabalhar no Estado do Rio de Janeiro, através de contratação temporária, em cargos de confiança e como fantasmas, aumentando a folha salarial mensal em 288 milhões de Reais. Mesmo a Justiça ordenando que o governador acabe com os cargos secretos, dificilmente esse "milagre" vai deixar de ocorrer no período eleitoral.

Nossos políticos são artistas e milagreiros. Uma pena que seus "milagres", a favor da população, só ocorram no período eleitoral. São quase quatro anos sem fazer nada significativo e relevante ao povo. Muitas vezes, retirando direitos duramente conquistados. Mas, nos seis últimos meses de mandato – três antes do pleito eleitoral – os milagres começam a emergir.

Acorda povo! Não caia na lábia desses escroques e Messias de última hora!









sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Padres também são mercenários da fé

 


Muitos já se acostumaram com minhas postagens criticando, de maneira ácida, os pastores mercenários, politiqueiros e 171 da fé, como Edir Macedo, Silas Malafaia, RR Soares, Valdemiro Santiago, José Wellington, Estevam Hernandes e dezenas de outros espertalhões da fé.

Também tenho postagens criticando padres pedófilos, pároco que tinha caso com o homem que ele próprio fez o casamento, também sobre os casos sexuais divulgados pelo famoso clérigo Robson de Goiás, que desviou mais de 2 bilhões da Igreja Católica e foi descoberto, virando caso de polícia no estado e muitos outros escândalos católicos envolvendo a história escravocrata do catolicismo romano, sua nefasta participação na política. Mas, nunca escrevi sobre os mercenários da fé de batina e o absurdo que cobram para divulgar a "palavra".

Mas, saiu ontem, na coluna do Leo Dias, no Metrópoles, os valores dos cachês dos clérigos católicos mais famosos do Brasil. Cabe, também, ressaltar que esses valores cobrados mudam de acordo com o calendário litúrgico da Igreja, como Dia da Padroeira, Finados, Natal, Corpus Christi, dentre outros.

Vamos aos valores:

"Padre Marcelo Rossi, por exemplo, por muitos anos não cobrou para evangelizar. Sobretudo, ele é o nome que revolucionou o formato show-missa e já chegou a reunir cerca de 2,4 milhões de pessoas num mesmo espaço, no autódromo de Interlagos, em São Paulo, para ouvir suas músicas e conhecer a palavra de Deus."

Na mesma linha de Rossi estão Reginaldo Manzotti e o padre Antônio Maria que, também, assumem compromissos na TV e no rádio. Ambos os sacerdotes dizem que não cobram para fazer shows em paróquias ou entidades sociais. Em contrapartida, quando o contratante é um órgão privado ou prefeituras, cobram cachês.

Ainda segundo Dias, "Fábio de Melo – um dos mais populares sacerdotes brasileiros – hoje de contrato assinado para participações do Domingão com Huck, cobra cerca de R$ 120 mil Reais para evangelizar; valor que supera, com larga vantagem, alguns nomes da Música Popular Brasileira".

Outra estrela do catolicismo popular e do sertanejo, o padre Alessandro Campos, transmite a palavra sagrada por meio do estilo musical há 11 anos, sempre vestido com chapéu de cowboy e bota. "Atualmente, um show dele custa R$ 135 mil Reais."

"Juarez de Castro: também popularizado nas emissoras de TV e rádio, além de ter sido indicado ao Grammy Latino, padre Juarez afirma não cobrar para evangelizar. Mas, quando se trata de órgão privado, seu cachê chega a ser de R$ 60 mil Reais."

O famoso padre Antônio Maria: seu cachê para prefeituras e eventos privados gira em torno de R$ 60 mil Reais. A informação foi confirmada pela assessoria à coluna do Léo Dias.

Por último, o padre Patrick Fernandes, muito famoso nas redes sociais, "as publicidades do sacerdote de 5 milhões de seguidores e que ganhou projeção ao responder seguidores de maneira bem-humorada, custam entre R$ 10 e R$ 15 mil Reais. Sua presença para eventos custa, em média, R$ 25 mil Reais."

Nunca foi tão fácil ganhar dinheiro em nome de Deus, de Jesus e da fé alheia. Mas, isso não é uma marca do catolicismo e dos evangélicos, mas da religião como um todo e da casta sacerdotal que, historicamente, sempre foi um grupo de privilegiados que vivem do dinheiro e das benesses do público que exploram e prestam serviços espirituais, em todos os tempos, lugares e povos, sem exceção.

Deixo para meditação final os textos de 1 Pedro 2:3, que diz: "Também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita."

Marcos 10:8: "Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça daí."

            1 TM 6:10: "pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos."