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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

As razões da Vitória de Jair Bolsonaro 6

O apoio em massas da Igreja Cristã (Católica e Evangélica) 

Eu escrevi cinco textos nos quais aponto as razões da vitória de Jair Bolsonaro à Presidência da República. A primeira foi o antipetismo. A segunda foi o fato de milhões de pessoas alimentarem ideias como as de Bolsonaro. A terceira foi o fato de o PT querer sempre ser protagonista. A quarta, o fenômeno das fake news. O quinto motivo, o desgaste da sociedade com tanta violência. Agora, quero analisar o principal peso, a meu ver, a favor do deputado: o apoio maciço e significativo de líderes católicos e evangélicos ao candidato do PSL.

Não faço neste texto a análise que já fiz em outros, dissertar sobre a distinção entre as ideias de Jesus e dos evangelhos com as de Bolsonaro[1]. Aquilo a que me aterei aqui é mostrar como foi decisivo (no primeiro turno) e será crucial agora (no segundo turno) o apoio de tais líderes ao presidenciável.

Essa eleição será marcada pela transformação inegável de cultos e missas em comícios e de púlpitos em palanques de políticos. Igualmente de pastores e padres em cabos eleitorais profissionais!

Nenhum cabo eleitoral é melhor e mais capaz de atrair tantos votos como os líderes religiosos. E isso é simples: ninguém a não ser eles têm a “prerrogativa oficial”  de falar em nome de Deus! Nenhum artista, esportista ou qualquer outro ser humano usa o nome de Deus ou de quaisquer seres sobrenaturais para pedir votos, como o fazem tais líderes. Ou seja, quando Edir Macedo declara apoio a Bolsonaro, como no passado declarou a Collor, em troca da viabilização da compra da Rede Record e do ganho de dezenas de rádios, o candidato ganha automaticamente milhões de votos. A massa ignara que são os fiéis da Igreja Universal votará sem sombra de dúvidas, pois o pedido do “bispo” equivale ao pedido do próprio Deus!

Essa lógica e premissa servem aos demais líderes politiqueiros: Malafaia, Valdemiro, Manoel Ferreira, Samuel Câmara, Estevan Hernandes, R.R. Soares, Marcos Feliciano e muitos outros. Todos eles que possuem milhões de seguidores em sua igreja (Era isso?)apoiam e pedem votos para Jair Bolsonaro em seus cultos.
Até a Igreja Católica, que comumente não apoia de maneira expressa nenhum candidato, apenas deixando claras suas posições morais, teve neste momento político um número expressivo de padres pedindo votos para o “mito”, inclusive em programas de TVs, como “Canção Nova” da Renovação Carismática. Também o fizeram durante a celebração da missa, como ocorreu no último dia 30/09/2018, uma semana antes do primeiro turno, na Paróquia de Nossa Senhora da Assunção em Cabo Frio (vídeo postado por mim no Facebook[2]).

O pastor Hermes C. Fernandes denuncia esse fenômeno antigo da igreja evangélica que é o apoio a políticos, dizendo:

 

“As pessoas dizem que com apenas 8 segundos na TV Bolsonaro conseguiu conquistar a opinião pública. Isso é obviamente uma mentira. Ele conseguiu porque mesmo tendo esse minúsculo tempo na TV ele teve milhares de horas de propaganda em milhares de púlpitos das igrejas evangélicas no Brasil. As igrejas evangélicas se tornaram comitês eleitorais dele. Os pastores passaram a ser cabos eleitorais dele. A ponto de fazerem estudos bíblicos, a ponto de dedicarem vários cultos a convencerem seus rebanhos a votarem a favor de um homem cujo discurso é totalmente contrário ao espírito do evangelho. Sabe o que me assusta, eu já vi esse filme antes, Hitler conquistou a grande maioria do eleitorado alemão através do apoio das igrejas. Foram pastores e padres que se dedicaram a colocá-lo no poder.”

 

Foi através do apoio das igrejas, sobretudo, dos pentecostais e neopentecostais, que Jair Bolsonaro conseguiu penetrar nas camadas mais populares, pois seus eleitores tradicionais são da classe média e alta. Os eleitores de baixa renda normalmente votam no PT, por causa das políticas assistencialistas e do apoio do partido às minorias historicamente oprimidas.

O professor Moisés Messias em comentário a um dos meus posts disse: “As igrejas tradicionais também entraram na onda do ódio. Ou seja, estão pregando um desevangelho em nome de uma pseudomoralização social baseado na moral de rebanho, na alienação, na doutrinação ‘teológica’, na espiritualização das esferas mundanas para favorecer esta casta de fariseus e ‘puritanos’ de quinta categoria.”

Vale lembrar que os ditos cristãos, conforme o censo de 2010[3], são 87% da população brasileira. Aproximadamente 65% católicos e 22% evangélicos. Assim, verifica-se que o apoio dessas lideranças e a lavagem cerebral em seus cultos e missas a favor de um candidato faz com que a vitória do mesmo seja irreversível e incontestável.

[1] Texto em que faço isso é: “Por favor, cristãos, respondam a esse cético”.

[2] Nesse vídeo os fiéis gravam o padre pedindo votos de maneira indireta a Bolsonaro, dizendo que no próximo domingo ocorreria a eleição presidencial, que a mesma terminaria às 17 horas e que eles não deveriam esquecer o número 17. Muitos ouvintes católicos saíram revoltados e fizeram que o vídeo chegasse à Arquidiocese de Niterói. Como consequência o bispo suspendeu as funções eclesiásticas do pároco.


Uma palavra aos propagandistas de Fake News

Uma palavra aos propagandistas de Fake News (por Acioli Jr)

A que ponto o Cristianismo chegou: os cristãos que pregavam que o Diabo é o pai da Mentira, se tornaram os maiores propagandistas de fake news e de mentiras em Redes Socias! Raças de Víboras! Hipócritas e Demagogos!
Já dizia o apóstolo Paulo a respeito de vocês: "O Evangelho é blasfemado entre os gentios por causa de vós". E já dizia Ghandi: " O cristianismo seria perfeito se não fossem os cristãos".
Andar na luz conforme Jesus é andar em integridade de vida e na verdade. Não ser propagandista de inverdades, só porque vê no outro, um adversário!
Nada justifica espalhar mentiras e falsificação nas redes sociais. Ninguém têm o direito de mentir sobre o outro, só porque discorda politicamente ou ideologicamente do posicionamento da outra pessoa.
O fato de você ser de Direita, não te dá o direito de mentir sobre os políticos e candidatos de Esquerda, e vice versa! A infâmia e a mentira são as armas dos fracos e covardes.
Mentir é horrível para qualquer cidadão, piorou sendo a pessoa supostamente cristã (católica ou protestante). Pois nesse caso, a uma cobrança ética e moral maiores.
É muito triste constatar o que se ver a cada momento na internet. Pessoas postando fake news, sabendo ser falsa e querendo simplesmente denegrir a imagem do outro. Ou postando por ser Maria vai com as outras, incapaz da criticidade e de analisar as fontes das mentiras e leviandades postadas.
O fato do outro está em lado oposto do seu não te faz melhor que ele. Muito menos te dá o direito de ser propagandista de inverdades!
Espero que tais pessoas, que vivem fazendo tais coisas sejam punidas ou judicialmente, ou pelo menos moralmente, ou seja, nesse segundo caso, que percam a credibilidade como pessoa e cidadão!
Abaixo as mentiras em redes sociais! Vamos trilhar o caminho da integridade!

As razões da Vitória de Jair Bolsonaro 5

 A sociedade perplexa com tanta violência (por Acioli Jr.)

O Brasil é um país violento. Convivemos com a cultura da violência, que é alimentada pela impunidade. Impunidade é o gozo da liberdade mesmo que a pessoa tenha praticado algo passivo de punição, cuja pena é a privação de liberdade. Impunidade esta que é muito maior entre as classes mais abastadas da sociedade.

Um país em que 167 mulheres foram estupradas por dia em 2017, chegando neste mesmo ano a um número de 60 mil, é apavorante.

Em 2016, pela primeira vez na história, o número de homicídios no Brasil superou a casa dos 60 mil em um ano. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de 62.517 assassinatos cometidos no país em 2016 coloca o Brasil em um patamar 30 vezes maior do que o da Europa. Só na última década, 553 mil brasileiros perderam a vida por morte violenta. Ou seja, um total de 153 mortes por dia.

Pelo menos 3.444 pessoas foram assassinadas no mês de agosto deste ano (2018) no Brasil. O número, porém, é ainda maior, já que quatro Estados não divulgam os dados.

O índice nacional de homicídios, ferramenta criada pelo G1 (sugiro que você coloque como nota de rodapé o que é o G1), permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Já são 34.305 vítimas registradas nos primeiros oito meses de 2018.

Segundo reportagem da Revista Isto É, o número de assaltos no Brasil é o dobro do da média mundial. Só em São Paulo são furtadas 135 motocicletas por dia.
Diante desse cenário, com milhares de comunidades dominadas pelo tráfico de drogas e milhões de pessoas vivendo oprimidas por traficantes e milicianos, a sociedade pede socorro e anseia por alguém que possa solucionar o problema gravíssimo que é a violência e o domínio de vastos territórios por facções criminosas.

Com discurso duro de enfrentamento a criminosos, valorização das forças armadas e das polícias Federal, Civil e Militar, Jair Bolsonaro desponta como o “Messias”, como o verdadeiro salvador da pátria.

Diga-se de passagem: a população, que diuturnamente enfrenta a violência e perde familiares, anela por uma política de segurança pública mais contundente e de leis mais severas, além do fim da famosa saidinha dos presídios, que obviamente proporciona mais crimes e dor à população.

Sou totalmente contrário à política de segurança de Jair Bolsonaro, pois ela obviamente não dará nenhuma solução ao problema. Não se combate violência com mais violência nem criando pena de morte, uma vez que somente pobres e negros seriam condenados, deixando os mais ricos impunes, como sempre o foram no Brasil. Além disso, mesmo em países de leis duras e pena capital como os EUA, não se resolveu o problema da criminalidade, lembrando que eles lideram o número de presos em seu sistema prisional, chegando aos 2,24 milhões, conforme a EXAME[1] informou.

O que diminui a criminalidade é a mitigação das Desigualdades Sociais. O Brasil é o 8º país mais rico do mundo. Gera-se riqueza mas não se divide o que é produzido, aliás a cada dia tal riqueza se concentra mais nas mãos dos mais ricos. Aqui vale a máxima: “O rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre”. Enquanto tivermos milhões de miseráveis, haverá altos índices de criminalidade, apesar de sermos o maior produtor de alimentos do mundo (e desperdiçadores!)

Juntamente às Desigualdades Sociais, há também o sério problema do desemprego no Brasil. Boa parte dos 13,4 milhões de desempregados (número de 2017) são pela extrema necessidade levados ao tráfico, que os remunera muito bem, e a cometerem furtos e assaltos.

A criminalidade, antes de ser um problema de caráter, é um problema originário da fome e da miséria humana. É sim um problema social. Enquanto não acabarmos ou minimizarmos esse problema, não haverá solução contra a violência. E o enfrentamento com mais violência e ocupações pelas forças armadas como quer o deputado Jair Bolsonaro não resolverá absolutamente nada.

Lamentavelmente, embora saibamos que não resolverá, essa política do enfrentamento satisfaz aos anseios de uma população que não aguenta mais ser violentada e clama por vingança. Isso mesmo, a sociedade clama muito mais por vingança do que por justiça. E muitos veem no candidato do PSL o “mito” vingador.

Além de acreditarem que com o Fernando Haddad, assim como os demais presidenciáveis, não haveria solução para o problema da violência no Brasil. Por isso, preferem apostar no capitão.

          O povo tem razão em ansiar pela solução do problema da violência. Para o leigo e desesperado, enganosamente, a solução chama-se Jair Messias Bolsonaro!



As razões da vitória de Jair Bolsonaro 4

 O fenômeno fake news!  (por Acioli Jr).

Essas eleições presidenciais tiveram dois fatores de diferenciação: a mídia corporativa perdeu espaço e poder para as Redes Sociais e o fenômeno das fake news. Era post falso para todos os lados... Um avalanche de mentiras ditas de maneira proposital, inescrupulosa e também por ignorância, como tal nunca se viu. O candidato do PT foi a maior vítima dessas infâmias, obviamente que todos sofreram com elas, mas por conta do espírito anti petista, as fake news contra Fernando Haddad e o seu partido passavam mais fácil como verdade. Muitas dessas fake news deram milhões de votos a Bolsonaro, como a sua invenção do kit gay, e, pior ainda, que o mesmo fora distribuído pelo MEC as escolas públicas. Fazendo o PT perder milhões de votos e o "baluarte" da justiça e dos conservadores, o criador da fake news, Jair Bolsonaro, receber milhões de votos daqueles puritanos, que xingam em casa, mas seus filhos não podem, mesmo adolescentes, ouvirem falar de homossexualidade.
Outro fake news que a anos circula no Brasil e que é usado contra o PT, é que eles vão implantar o comunismo no Brasil ou que eles fizeram um governo comunista. Esse fake news, é o da total ignorância e desconhecimento histórico, pois além dessas pessoas Jugarem que o comunismo é sinônimo de socialismo (o que nunca foi) julgam também que um país capitalista como sempre foi o Brasil, foi comunista nos treze anos do PT. Esses idiotas que tagarelam essa mentira, não conhecem nem o capitalismo e suas bases, como: livre comércio, propriedade privada dos meios de produção e o mercado regulador dos preços através da lei da Oferta e da Procura. Como não sabem que o Comunismo possui uma economia Planificada e que o governo regula os preços de tudo, sem livre comércio e sem propriedade privada dos meios de produção.
As fake news espalhadas foram decisivas para convencer uma massa ignorante, religiosa e conservadora. Que acreditam em tudo sem pesquisar a veracidade do que é dito, como também acreditam piamente em tudo que os líderes religiosos dizem, sem o menor senso crítico e capacidade de pensar po si mesmo.
Fake news com apelo moral feitos para uma população conservadora é campo fértil. Foi isso que os eleitores de Bolsonaro fizeram. As fake news morais e a igreja evangélica pentecostal e neo pentecostal foram os responsáveis da penetração e sucesso de Jair Bolsonaro entre os mais pobres e menos escolarizados. Lembrando que o público do presidenciável é de classe média alta. Que criticam as cotas e as demais políticas sociais para os mais pobres, chamando-as de bolsa esmola -essa apelação do Bolsonaro em dizer que vai dá 13° para bolsa família é só uma apelação degradante e desesperada de quem quer fazer qualquer coisa para ganhar as eleições, não estando obviamente em suas propostas originais que são contra pobres e minorias.
As fake news foram tão devastadoras ao PT e tão benéficas a Bolsonaro, além de decisivas. Que o PDT pediu anulação das eleições por conta das postagens falsas e o ministro Luiz Fux declarou hoje que as eleições podem ser anuladas sim, por conta das fakes news publicadas e abraçadas como verdade.
O mais triste foi ver amigos e colegas que se diziam pessoas probas e cristãs divulgarem dezenas e centenas de mensagens falsas para ver seu candidato ganhar a qualquer custo.

As razões da vitória de Jair Bolsonaro 3

 O PT quer ser sempre protagonista 

          A vitória de Jair Bolsonaro também se deu (pois já sei que é certa) por culpa dos seus maiores adversários, Lula e o PT.

O PT e Lula por sua soberba e prepotência são incapazes de fazerem uma autocrítica e muito menos de darem a vez a outros aliados ou partidos com o mesmo viés ideológico. Consideram-se os únicos protagonistas, não podem ser nunca os coadjuvantes. Vitória apenas se for a deles, a dos seus aliados não consideram. O petismo sofre de megalomania e de sede de poder, como seus adversários PMDB (hoje MDB) e o PSDB. É essa sede pelo poder e de nele se manter,  a responsável pelas suas alianças abjetas com partidos, como o já citado MDB, - maior escória política brasileira - e o PP de Maluf, campeão de envolvimento na Lava Jato.

O PT,  desde seu início, lá nos idos de 1980, já demonstrava essa personalidade. Por isso votou contra a CF/88, a melhor e mais humana Carta Magna da nossa história, como também votou contra a implantação do Plano Real.

Lula e o PT, mesmo sabendo que era impossível lançar sua candidatura a presidente, levou essa ilusão até os 45 minutos do segundo tempo. Não deu a vez para outros partidos e candidatos, como o Ciro Gomes, e por isso é o grande responsável pela vitória de Bolsonaro.

Faltaram humildade, autocrítica e capacidade de perceber que eles mesmos estavam criando o fenômeno Bolsonaro. Como disse o Ciro Gomes no início da campanha, quando pessoas achavam que o PT o apoiaria: "O PT tem a tradição de morrer sozinho." Ou seja, preferiu ver a subida da extrema direita, sem se preocupar com um possível governo contra minorias, do que ter a grandeza de passar a vez e voltar mais forte!

 






As razões da vitória eleitoral de Jair Bolsonaro 2

Parte significativa da população pensam como seu "mito" (por Acioli Jr).

Bolsonaro representa milhões de pessoas que pensam como ele, mas que não têm coragem de se expressar por conta do posicionamento politicamente correto.

Eu já disse em postagens que tanto Jair Bolsonaro como Silas Malafaia dão vozes a milhões de brasileiros a eles alinhados ideologicamente. Somente uma minoria tem coragem de demonstrá-lo, ao passo que a maioria não tem essa mesma coragem por saber que sua postura é politicamente incorreta e que será taxada de preconceituosa e discriminadora.

Há pouco tempo em entrevista, Ciro Gomes disse que 6 em cada 10 brasileiros são machistas, racistas, misóginos ou homofóbicos e que o presidenciável sabendo disso soube usar muito bem esses traços característicos a seu favor. É fato.

Além do antipetismo, o que faz com que milhões de brasileiros votem no mito Bolsonaro é obviamente a adequação das suas ideias discriminatórias à parcela gigantesca da sociedade constituída de conservadores, reacionários e que se acostumaram ao sistema patriarcal.

Há um mês, por exemplo, eu e um amigo, seguidor de Bolsonaro, estávamos na fila do caixa eletrônico, lotado por sinal, quando ouvi dele: "Eu sou homofóbico mesmo, não gosto de ‘viado’ e ninguém me faz gostar."  Olhei para ele espantado, assim como os demais na fila, mas pelo fato de ele ser negro do que pela asneira que dizia e contra-argumentei: "Como uma pessoa que faz parte do grupo que historicamente mais sofre discriminação no Brasil (inclusive do próprio Bolsonaro, que em palestra comparou negros e quilombolas, a gado, e disse que não serviam nem para procriar e que não terão mais um centímetro de terras demarcadas[1]) poderia discriminar outros?" Mesmo assim ele disse que ser contra gays é o que garantia o voto dele no "mito".

Num país em que o povo faz discursos contra nordestinos, um pobre faz piada com os próprios pobres e em  que gays são frequentemente assassinados (1 a cada 28 horas no Brasil, além de 40% do assassinato de travestis no mundo ocorrerem aqui) está acostumado: naturalizou o preconceito e as discriminações. Sem contar com a discriminação de gênero, em que normalmente mulheres recebem menos pela atividade profissional que os homens, sendo o Brasil um dos campeões de crimes contra as mulheres.

Um discurso de ódio e preconceito cai muito bem num povo historicamente violento, discriminador e religioso, lembrando que a maioria dos discursos preconceituosos têm base e justificativa religiosa. A religião será tema do quinto texto.

Bolsonaro não será eleito por ser de direita. Muito menos a briga eleitoral em questão é por conta de ideologia de Direita X Esquerda.  Se assim o fosse, os brasileiros de viés de direita votariam em seus melhores e mais capazes representantes: João Amoedo e Álvaro Dias, infinitamente melhores candidatos se comparados a Bolsonaro. Igualmente o pessoal de esquerda não votaria no PT, mas no PSOL, partido muito mais fiel à ideologia de esquerda, ou no Ciro Gomes, candidato de centro-esquerda bem mais preparado que os demais.

Ou seja, as pessoas votam em Bolsonaro por causa das suas ideias, porque ele dá voz a milhões de brasileiros que pensam como ele. Há milhões de pessoas que não veem as minorias como iguais, que se julgam melhores e superiores aos demais, e que, por exemplo, dizem como seu presidenciável que homossexualidade é falta de educação e de porrada!

 

[1] Link do vídeo com a fala discriminadora e racista: https://www.youtube.com/watch?v=uF2EzmYSYz0&t=101s


As razões da vitória eleitoral de Jair Bolsonaro 1


Primeiro motivo: o anti petismo

À beira do segundo turno percebe-se que a vitória do candidato do PSL é evidente. Mas quais seriam as razões de sua vitória? O que o levará a essa conquista eleitoral?

Em primeiro lugar o antipetismo evidentemente constatado na sociedade. Culpa da falta de autocrítica dos próprios petistas, do envolvimento em escândalos de corrupção por membros do partido - sua alta cúpula - e por uma propaganda midiática e via redes sociais leviana que superestima os erros do PT, como se os seus adversários políticos fossem melhores que seus membros ou não estivessem também envolvidos em atos ilícitos. Pior ainda: essa mesma mídia critica o partido como se ele tivesse inventado a corrupção num país que já nasceu historicamente (a partir de 1500) corrupto. Sendo justo, o governo petista foi o único a permitir a investigação de larga escala, inclusive de membros do seu partido, algo nunca ocorrido antes. Como boa parte da população e os críticos de internet não são capazes de compreender a história política do Brasil, continuarão criticando um partido que governou 13 anos (na verdade 11 anos, pois nos dois últimos anos de governo a presidente Dilma já havia perdido a governabilidade) como se a partir dele a corrupção surgira.

Bolsonaro se aproveitou da campanha que já fazia há alguns anos antecipadamente, inclusive viajando todo o Brasil. Aproveitou-se também da grande falência moral e institucional do inimigo histórico do PT, o PSDB, partido que ganhou duas eleições seguidas com FHC, vitórias estas em cima de Lula,  mas perdeu quatro eleições também seguidas, duas para o presidente supracitado e outras duas para Dilma.

Como o "santo" PSDB que já foi denunciado até em livros, "Privararia Tucana" por seus escândalos de corrupção, teve inúmeros políticos na planilha de recebimento de propinas da Odebrecht, da JBS, além de Furnas, o mensalão mineiro e outras situações envolvendo Beto Richa e o "Mineirinho ", Aécio Neves, e sua mala de milhões... Sobrou para o "mito" se colocar como o verdadeiro representante do antipetismo.

Com a morte política do PSDB, envolvido em inúmeros delitos ao longo de sua trajetória, a população elegerá um novo messias e salvador da pátria: Jair Messias Bolsonaro!

Isso explica parte da sua vitória!