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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

As razões da vitória eleitoral de Jair Bolsonaro 2

Parte significativa da população pensam como seu "mito" (por Acioli Jr).

Bolsonaro representa milhões de pessoas que pensam como ele, mas que não têm coragem de se expressar por conta do posicionamento politicamente correto.

Eu já disse em postagens que tanto Jair Bolsonaro como Silas Malafaia dão vozes a milhões de brasileiros a eles alinhados ideologicamente. Somente uma minoria tem coragem de demonstrá-lo, ao passo que a maioria não tem essa mesma coragem por saber que sua postura é politicamente incorreta e que será taxada de preconceituosa e discriminadora.

Há pouco tempo em entrevista, Ciro Gomes disse que 6 em cada 10 brasileiros são machistas, racistas, misóginos ou homofóbicos e que o presidenciável sabendo disso soube usar muito bem esses traços característicos a seu favor. É fato.

Além do antipetismo, o que faz com que milhões de brasileiros votem no mito Bolsonaro é obviamente a adequação das suas ideias discriminatórias à parcela gigantesca da sociedade constituída de conservadores, reacionários e que se acostumaram ao sistema patriarcal.

Há um mês, por exemplo, eu e um amigo, seguidor de Bolsonaro, estávamos na fila do caixa eletrônico, lotado por sinal, quando ouvi dele: "Eu sou homofóbico mesmo, não gosto de ‘viado’ e ninguém me faz gostar."  Olhei para ele espantado, assim como os demais na fila, mas pelo fato de ele ser negro do que pela asneira que dizia e contra-argumentei: "Como uma pessoa que faz parte do grupo que historicamente mais sofre discriminação no Brasil (inclusive do próprio Bolsonaro, que em palestra comparou negros e quilombolas, a gado, e disse que não serviam nem para procriar e que não terão mais um centímetro de terras demarcadas[1]) poderia discriminar outros?" Mesmo assim ele disse que ser contra gays é o que garantia o voto dele no "mito".

Num país em que o povo faz discursos contra nordestinos, um pobre faz piada com os próprios pobres e em  que gays são frequentemente assassinados (1 a cada 28 horas no Brasil, além de 40% do assassinato de travestis no mundo ocorrerem aqui) está acostumado: naturalizou o preconceito e as discriminações. Sem contar com a discriminação de gênero, em que normalmente mulheres recebem menos pela atividade profissional que os homens, sendo o Brasil um dos campeões de crimes contra as mulheres.

Um discurso de ódio e preconceito cai muito bem num povo historicamente violento, discriminador e religioso, lembrando que a maioria dos discursos preconceituosos têm base e justificativa religiosa. A religião será tema do quinto texto.

Bolsonaro não será eleito por ser de direita. Muito menos a briga eleitoral em questão é por conta de ideologia de Direita X Esquerda.  Se assim o fosse, os brasileiros de viés de direita votariam em seus melhores e mais capazes representantes: João Amoedo e Álvaro Dias, infinitamente melhores candidatos se comparados a Bolsonaro. Igualmente o pessoal de esquerda não votaria no PT, mas no PSOL, partido muito mais fiel à ideologia de esquerda, ou no Ciro Gomes, candidato de centro-esquerda bem mais preparado que os demais.

Ou seja, as pessoas votam em Bolsonaro por causa das suas ideias, porque ele dá voz a milhões de brasileiros que pensam como ele. Há milhões de pessoas que não veem as minorias como iguais, que se julgam melhores e superiores aos demais, e que, por exemplo, dizem como seu presidenciável que homossexualidade é falta de educação e de porrada!

 

[1] Link do vídeo com a fala discriminadora e racista: https://www.youtube.com/watch?v=uF2EzmYSYz0&t=101s


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