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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Entre a Reciprocidade e a Unilateralidade nos relacionamentos[1]


Semana passada o nosso presidente da República fez um decreto unilateral[2] que foi digno de numerosas críticas, inclusive minha, com um texto acalorado. Ele permitiu a entrada de alguns estrangeiros no Brasil sem visto. Agora, norte-americanos, canadenses, australianos e japoneses não pagam o visto e nem passam por toda a burocracia e vagarosidade processual para visitarem nosso país.

O problema é que esse decreto[3] foi unilateral (numa única direção) o Brasil fez sem pedir ou exigir que se fizesse o mesmo a nós brasileiros.

Só dei o exemplo acima para falar de relações unilaterais e recíprocas. Que devemos buscar relacionamentos de via dupla, não de via única.

O erro do nosso presidente cometemos muitas vezes durante a nossa caminhada. Nos damos a quem não se doa. Ou não damos o valor merecido a quem se doa e nos trata com prioridade.

Eu costumo dizer que relacionamento é igual a Economia. Só devemos investir onde há retorno. Se um dos lados não retornam, não age com reciprocidade, o relacionamento está fadado ao término, ou a continuar moribundo.

Relacionamentos sejam eles de amizade, familiar, afetivos ou até entre nações estrangeiras deve ter a Reciprocidade como base, nunca a unilateralidade.

Mas o que é reciprocidade e unilateralidade?

Reciprocidade significa que uma pessoa, nação, cônjuge, amigo etc. Só faz pelo outro o que o outro faz por ele. O exemplo que dei acima do Decreto Presidencial, fere o princípio constitucional e legal da reciprocidade entre as nações[4].

Unilateral é algo que está situado de um só lado, que se inclina para uma só parte ou que atende a um só lado. A palavra unilateral é formada pelo prefixo "uni", que significa "um", "único", mais a palavra "lateral" que significa lado.

Medida unilateral é a que só atende às razões e aos interesses de apenas uma das partes em questão.

Em psicologia social, reciprocidade refere-se a responder uma ação positiva com outra ação positiva, e responder uma ação negativa com outra negativa.

Eu já terminei relacionamento que havia sentimento por não haver reciprocidade e compatibilidade. Pode não parecer, mas casais que se respeitam e fazem um pelo outro e que aprenderam a ceder, ou seja, fazem pelo outro, por mais que não gostem do que estão fazendo, como no meu caso ir no show de sertanejo ou numa boate com música eletrônica, simplesmente por fazer a vontade da minha parceira. Essas atitudes tendem a prolongar a relação ou ir "até que a morte vos separe", do que está cheio de "amor" sem ser recíproco, sem ceder e sendo incompatível.

Não dá para sermos unilaterais como o decreto de Jair Bolsonaro, quando o que têm são duas pessoas, duas ou mais nações, dois os mais amigos. Nunca vai dá certo fazer pelo outro sem que o outro faça por ti.

Insistir na unilateralidade é emburrecer e se entorpecer. Além de claramente sermos insanos, como bem definiu Albert Einstein: "Insanidade é fazer a mesma coisa esperando resultados diferentes". Todos nós pessoas maduras já vivemos relacionamentos unilaterais. E sabemos onde isso vai dá. Então, não insista no erro. Pois você conhece o resultado.

Meu conselho: se não houver reciprocidade do outro não seja amigo, namorado ou cônjuge. Só entre num relacionamento se perceber que será uma via de mão dupla, nunca de mão única.



[1] Reflexão acerca de Relacionamentos unilaterais e recíprocos, mostrando a diferenças de ambos. Escrito em 03/04/2019.

[2] Vejam a matéria sobre o Decreto: https://veja.abril.com.br/mundo/decreto-do-governo-bolsonaro-extingue-visto-para-turistas-de-quatro-paises/

[4] Site jurídico expõe o princípio da reciprocidade entre nações estrangeiras: https://www.conjur.com.br/2012-jul-05/cooperacao-internacional-reciprocidade-interacao-entre-estados 

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