A tal “Marcha pra Jesus” foi trazida para o Brasil pelo casal de
“pastores” mercenários e ex-presidiários: Estevam e Sônia Hernandes. O quinto
líder religioso mais rico do Brasil, segundo a Revista Forbes[2], com mais de 65 milhões de
reais contabilizados em dinheiro, imóveis, fazendas e uma coleção invejável de
cavalos de raça. Sua fortuna só fica atrás de Edir Macedo, Valdemiro Santiago,
Malafaia e RR Soares.
O casal neopentecostal é líder e dono da Igreja Apostólica Renascer em
Cristo. Foram presos nos Estados Unidos em 2007, ao entrar no Aeroporto de
Miami com 56 mil dólares escondidos numa Bíblia, após declararem a Alfândega
que só tinham U$ 10 mil. Por isso, foram condenados e levados a prisão nos EUA.
O “apostolo” Estevam e a “bispa" Sônia Hernandes foram os primeiros
a usarem em seus cultos máquinas de cartões de crédito. Para que o fiel sem dinheiro
pague seu dízimo e oferta bem à vontade, podendo em certas campanhas até
parcelar. Normalmente pede-se que se pague em uma única vez, pois a casa do
"Senhor" não pode pagar juros.
E a Marcha para Jesus onde começou? A primeira Marcha para Jesus — denominada
"March For Jesus” — aconteceu em 1987 na cidade de Londres, na Inglaterra.
Foi criada pelo pastor Roger Forster, da Ichthus Christian Fellowship, pelo cantor
e compositor Graham Kendrick, por Gerald Coates, do movimento Pioneer e Lynn
Green, do Youth With Mission. A expectativa inicial de 5 mil pessoas foi
amplamente superada pela presença de 15 mil participantes, impulsionando a
realização de outras edições do evento.
Em 1990 a “Marcha para Jesus” já estava em 49 cidades inglesas e também
em Belfast (capital da Irlanda do Norte). Nesse evento irlandês reuniram-se
católicos e protestantes.
No ano de 1993, a Marcha Para Jesus chegou ao Brasil por meio do
Apóstolo Estevam Hernandes. A Marcha para Jesus faz parte do calendário oficial
do Brasil desde setembro de 2009, quando a Lei Federal 12.025 foi sancionada
pelo ex. presidente Luiz Inácio Lula da Silva[3].
Esse Evento internacional reúne milhões de pessoas, sobretudo no Brasil.
A Marcha para Jesus de ontem, 21/06/2019, segundo informações do G1, reuniu
aproximadamente 3 milhões de pessoas em São Paulo[4].
Mesmo com tamanha expressividade numérica esse evento sempre foi
imensamente criticado. Especialmente a Marcha para Jesus brasileira e paulista.
Os críticos são, sobretudo, cristãos de igrejas protestantes históricas ou
tradicionais. Pois é um evento político-eleitoreiro. Todo ano tem a
participação de dezenas de políticos de expressão nacional e local, que fazem
discursos e pagam por fazê-lo ou trocam por benesses aos líderes do evento,
como manter emissoras de Rádios e TVs no ar e fazer vistas grossas diante dos
ilícitos e exploração dos fiéis praticadas pelas denominações desses pastores.
Criticam também por ser um evento que tem o intuito de exaltar mais os
homens do que o Cristo. Que deixa nítido que “Marchar para Jesus" é na
verdade juntar uma massa de fiéis alienados para fazerem número e mostrar o
poder religioso e político de seus líderes.
Cantar e pregar num evento como esse com milhões de pessoas é uma marca
inconteste de exaltação ministerial. Por isso, pregadores e cantores mais
desconhecidos até pagam para participar no evento, como pagam em outro similar,
os “Gideões Missionários[5]”. Em tais eventos não
prevalece a máxima de João Batista: “O importante é que ele cresça e eu
diminua". Aqui o que vale é o homem se exaltar e Deus está em último
plano. Seu nome só é utilizado com fins meramente para exaltação e
enriquecimento dos promotores do evento.
Tais homens esqueceram-se de uma outra máxima bíblica: “Que o Eterno não
divide sua Glória com ninguém”.
[1]
Escrito em 21/06/2019, com a
finalidade de trazer a História da Marcha para Jesus e o seu uso político.
[2] Lista dos pastores mais ricos do
Brasil: https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/forbes-lista-cinco-pastores-mais-ricos-do-brasil/
[3]
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/L12025.htm
[4]Fonte:https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/06/21/marcha-para-jesus-em-sao-paulo-reuniu-45-mil-caravanas-veja-o-que-agradou-e-o-que-nao-agradou-aos-fieis.ghtml
[5]
Inúmeras denúncias são feitas
contra o “Congresso Gideão Missionários” por cobrar pregadores e cantores para
se apresentarem no evento, especialmente os não famosos.
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