Na década de 1990 um
livro intitulado “Heróis da Fé” de Orlando de Boye fez grandioso sucesso. Ele
falava dos ilustres reformadores protestantes, Lutero, Calvino e Zwingli; além
dos considerados pré-reformadores como Wycliff e Jan Hus e Savonarola.
Inúmeras religiões
possuem entre seus líderes homens que podíamos chamar de verdadeiros heróis da
fé. A Igreja Católica tem Francisco de Assis, um dos maiores exemplos de
humanidade, que segundo Leonardo Boff: “Depois do único (Jesus) ele é o
primeiro.”, além de Tomás de Aquino e outros. O hinduísmo tem o famoso
pacifista Mahatma Gandhi, que lutou contra o imperialismo inglês, dando uma
verdadeira lição de humanidade. O protestantismo moderno tem a figura exemplar
de Martin Luther King Junior, pastor batista, que lutou pelo direito dos negros
norte-americanos. No Brasil temos no kardecismo a figura extremamente
humanitária e despojada de Chico Xavier.
Por mais que eu seja um
grande admirador desses grandes homens e os considerarem grandes exemplos de
humanidade, venho aqui falar sobre outros heróis, que existem aos milhares
dentro de diversas religiões e muitas vezes fora dela, que levam uma mensagem
salvadora ao mundo e aos homens, todavia, ninguém conhece seus nomes, mas eles
são os verdadeiros heróis e heroínas da fé, os anônimos que segundo o livro de
Hebreus, “são homens dos quais o mundo não é digno”.[1]
Quem são essas pessoas
inomináveis? São aqueles que a cada domingo e dia de visitação estão nos
hospitais visitando doentes, trazendo-lhes uma mensagem de conforto e
esperança. Visitando asilos, onde as famílias depositam seus idosos, e eles são
os únicos que agora podem ser chamados de parentes dos velhinhos, pois na
verdade são os únicos que se importam com eles. São aqueles que visitam
presídios, tanto masculino quanto feminino, daqueles que a sociedade considera
a escória da terra e indignos. Até nesses lugares os anônimos da fé, os
verdadeiros heróis de nossos tempos estão. Também estão em presídios de menores
e em lugares impenetráveis como favelas dominadas pelo narcotráfico, mas
ninguém conhecem seus nomes.
Ledo engano, as pessoas
considerarem que os pregadores poliqueiros midiáticos que estão mais
interessado no dinheiro alheio, fama e poder político são os verdadeiros baluartes
da fé, pelo contrário, são picaretas travestidos de sacerdotes.
Para aqueles que
acreditam no Grande dia do Juízo, com certeza terão enorme surpresa. Pois
aqueles que se assentarão a mesa do Pai, serão os anônimos da fé. Pois tais
homens e mulheres se alimentam da discrição, enquanto os picaretas da
propaganda.
Jesus disse que naquele
grande dia, ele dirá aos “justos”, os anônimos heróis da fé:
Porque tive fome,
e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;
estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.
Então, perguntarão
os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com
sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e
te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?
O Rei,
respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Ele continuou a história e disse aos “injustos”,
religiosos de fachada e alegradores de auditórios (pseudopregadores):
Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, (...)
Porque tive fome, e não me destes de comer; tive
sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando
nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.
E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te
vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos?
Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que,
sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes
de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida
eterna.[2]
Abraham
Lincoln, ex presidente norte-americano, certa feita disse: “Se faço o bem, fico
bem; se faço o mal, fico mal. Portanto, minha religião é o bem”. O apóstolo
Tiago afirma: “Aquele, pois, que pode fazer o bem e não o faz, comete pecado”.[3]
“A
religião que Deus, nosso Pai, aceita como sincera e imaculada”, diz-nos o
supracitado Tiago, “é visitar as viúvas e os órfãos em suas dificuldades...”.[4]
Diante do
exposto, espero caro leitor, que você seja capaz de diferenciar e valorizar os
verdadeiros heróis e heroínas da fé, que gastam sua vida em prol da humanidade,
mesmo em total anonimato; dos que mercadejam a palavra de “Deus” e daqueles que
muito gritam em nome Dele, mas que suas vidas são vazias de prática e
significado. Não se esquecendo, que encenação e coreografia religiosa não é
sinônimo de espiritualidade.
O que a mão direita faz a esquerda não precisa ficar sabendo .esse são heróis esquecidos que a religião não abraçar.
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