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terça-feira, 1 de setembro de 2015

As religiões e a Intolerância!

Em minhas aulas como professor de Ensino Religioso, Sociologia e Filosofia, sempre gosto de ressaltar essa característica inerente as distintas religiões: a intolerância! Estranho, será que eu não me equivoquei? Será que o que de fato caracterizam as religiões não é o inverso, a Tolerância, o respeito as demais crenças e o direito constitucional do outro descrer? Não, caro leitor! Não estou equivocado, infelizmente. No decorrer da história humana, e por conseguinte, das religiões, as mesmas são marcadas pelo extremo desrespeito as crenças de outros grupos de fé.
Tolerância significa respeitar o direito do outro viver, crer e ser no mundo, mesmo não concordando com o modus vivendi do outro. Ou seja, tolerar é diferente de concordar! Seria eu e você respeitar as escolhas do outro mesmo discordando dela, pois do mesmo jeito que eu e você, vivemos, cremos e somos no mundo o outro tem o mesmo direito de ser, viver, crer e agir de maneira distinta.
Já a Intolerância é seu oposto, é a não aceitação do modos de viver do diferente. É achar que a única janela correta para se enxergar a vida é a nossa. A nossa pseudodemocrática civilização ocidental sempre agiu assim em relação aos povos do Oriente, Ásia, África e América, excetuando-se na América os norte-americanos. 
Temos a péssima mania de querer impor o nosso modo de pensar, agir e crer sobre os outros. Isso ocorre culturalmente, quando principalmente os Estados Unidos e Europa tentam imprimir seus valores culturais aos demais países e povos, numa marcada prática etnocêntrica, valores como democracia, cristianismo, "liberdade", capitalismo, globalização e etc.
Mas, em nenhuma outra ação humana é tão notório a intolerância quanto nas religiões. Por quê? Porque as religiões, sobretudo as monoteístas, aquelas que professam a crença num único Deus, como judeus, cristãos e muçulmanos, se colocam como os únicos possuidores da "VERDADE". Aí, reside o problema das religiões, a suposta posse da verdade. Pois não pode haver duas ou mais verdades antagônicas sobre o mesmo tema ou objeto. Uma coisa não pode ser outra coisa ao mesmo tempo, pois isso feriria o princípio da racionalidade e da lógica. Traduzindo, Se existe somente um Deus, obviamente pensam os religiosos, esse deus é o meu, da minha religião, do meu credo, aquele que cultuo e professo. E os outros deuses? Ou não existem, portanto, são falsificações. Ou são todos eles, manifestações do Diabo. Pois, se uma religião possui a verdade ela é de Deus, e se a outra que é contrária, portanto antagônica, é diferente a divindade, o culto e os ritos ela é mentirosa e, portanto do Diabo. Essa é a lógica da Inquisição católica medieval. A igreja se reputava como única portadora da verdade, possuía o monopólio de Cristo, quem pensava diferente era o Herege, portanto é aquele que necessita ser morto, pois o mesmo é um instrumento de Satanás, podendo através de falsas doutrinas contaminar todo o rebanho.
Até o ato de proselitismo, tão comum nas religiões, é um ato de intolerância. Pensem, por que será que as instituições religiosas tem missionários que são enviados a pregar em outros povos e civilizações que já possuem suas religiões? E por que os crentes das distintas religiões estão sempre querendo convencer o de outro credo que ele está equivocado? Porque ele crer que é possuidor e portador da verdade sobre Deus, e os seguidores de outras religiões estão nas trevas da ignorância, são enganados e vivem na mentira achando estarem na verdade, por isso ele deve ser evangelizado e convertido a verdadeira religião, só assim ele encontrará a verdade e a salvação. Pois se permanecer na sua estará perdido.
A lógica é a seguinte, como expressa no quinto parágrafo. Cabe aqui exemplificar, se a salvação é através do sacrifício de Jesus na cruz do calvário, todas as formas de reencarnações são falsificações, e vice-versa. Como seriam falsas a auto-salvação budista, o Carma hinduísta, a proclamação islâmica e todas as outras formas diferentes de pregações salvíficas. Ou seja, para as religiões não cabe o famoso ditado que: "todo caminho leva a Roma", querendo dizer que todo caminho leva a Deus. Não, isso é inaceitável e incoerente com as pregações religiosas. Pois somente o caminho pregado por cada religião leva a deus, portanto, as religiões são dogmáticas e intolerantes, e não relativistas como pensam os incautos. 
Como pesquisador do fenômeno religioso, diante da problemática exposta, a única postura aceitável é o ceticismo. Isso pelo fato de que as religiões são diversas em constante crescimento e multiplicação de doutrinas e ritos antagônicos e todas elas se autoproclamando a única possuidora da verdade e com o monopólio sobre Deus. Sendo impossível aferir tal "verdade" ou quem de fato está com a "verdade". A não ser que o próprio deus ou deuses viessem pessoalmente à terra e nos revelasse o correto, fora isso, os discursos religiosos nada mais são que suposições vazias, subjetivas que carecem de provas e objetividade.


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