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sexta-feira, 9 de julho de 2021

Você sabe como funciona o processo de impeachment no Brasil?

 

             O pedido de impeachment pode ocorrer quando o chefe do Poder Executivo comete crimes de responsabilidade baseado no Artigo 85 da Constituição Federal, que relata quais seriam estas condutas criminosas.

            Qualquer cidadão com pleno direitos políticos, se considerar que o presidente da República cometeu crime, pode entrar com o pedido de impeachment. Desde que o mesmo seja devidamente fundamentado, por escrito e com as provas anexadas. Esse pedido deve ser encaminhado à Câmara dos Deputados, com a tipificação do crime cometido. Se o presidente da Casa achar que procede, ele aprova o pedido e solicita a formação de uma comissão especial para analisar a denúncia.

            Essa comissão é eleita dentro da Câmara com sistema de chapa única. A comissão deve ter 65 deputados de todos os partidos da casa. Formada a comissão, a Câmara notifica o presidente.

            A partir dessa notificação o presidente tem um prazo de 10 sessões plenárias para se defender. Com a defesa e pedido em mãos a comissão tem um prazo de 5 sessões para dar um parecer informando se recomenda ou não que o processo continue.

            Esse parecer tem 48 horas para ser votado pela Câmara dos Deputados. Para levar o processo adiante precisa de 2/3 dos deputados, ou seja, 342 votos favoráveis. Se esse número não for atingido o processo deve ser arquivado e o presidente segue governando. Porém, se o parecer for favorável, o processo segue para o Senado Federal.

            No Senado, os trâmites são parecidos, é formada uma comissão que tem dez dias para emitir o parecer. Esse parecer também precisa ser votado. Para a aprovação ou rejeição precisa de maioria simples do senado, ou seja, 41 votos de 81 senadores. Se a maioria for contra o processo, ele é arquivado. Se a maioria for a favor, ele segue para julgamento.

            Nesse caso, o presidente é afastado do cargo por 180 dias e o vice assume o posto interinamente. O julgamento é conduzido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal que ouve as testemunhas e elabora um relatório da denúncia. Haverá uma nova votação para aprovação ou não do impeachment por 2/3 da Casa, ou seja, 54 senadores. Não havendo essa maioria o presidente é absolvido e retoma o cargo. Mas, se 2/3 votarem a favor do impeachment, o presidente é condenado e perde definitivamente o cargo e seus direitos políticos por 8 anos, sem poder ter cargo público.

            O vice assume em caráter definitivo e será o novo presidente da nação. Se o vice também for impedido dependerá do período do seu afastamento. Se ocorrer nos dois primeiros anos do mandato presidencial, ocorrerão eleições Diretas, o povo vai às urnas novamente eleger um novo presidente da República. Mas se ele for afastado após dois anos de mandato, as eleições serão indiretas com voto dos parlamentares.

Enquanto as novas eleições não ocorrem é o presidente da Câmara dos Deputados quem governará o país.

 

Obs.: No caso do impeachment de Dilma Rousseff, o Ministro Ricardo Lewandowski que presidiu a sessão no Senado Federal e o presidente do senado Renan Calheiros, após a condenação, inventaram outro julgamento em relação à perda dos direitos políticos da presidenta, fazendo uma gritante ilegalidade, pois a condenação por 2/3 dos senadores, além de ter o poder de retirar o presidente da República do cargo, também retira seus direitos políticos.

Esse segundo julgamento que não está previsto na Lei do Impeachment e nem na Constituição Federal, deixou nítido que as “Pedaladas Fiscais” não foram motivo suficiente de retirá-la do poder, menos ainda, de retirar seus direitos políticos por 8 anos.

 

Obs.: Lembrando também que o processo de impeachment é, antes de tudo, um processo político, por isso ele nunca ocorrerá com um presidente com altíssima popularidade. Só ocorre com a baixa popularidade e uma forte campanha midiática contra o Chefe do Executivo. Isso, obviamente, ocorreu com os presidentes Collor de Melo e Dilma Rousseff.

Nota: Segundo texto sobre o impeachment, escrito também em 28/04/2020, com a finalidade de mostrar como funciona todo o processo de impeachment do início ao fim.



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