Vivemos num
tempo de fanatismos. Seja ele religioso, ideológico, político, de supremacia
racial e tantos outros.
Todos esses
fanatismos são perniciosos, podendo desencadear conflitos, mortes, até
genocídio étnico e de grupos religiosos.
Muito se crítica
o mais evidente das formas de fanatismo: o religioso! Mas se negligencia os
demais que são tão nefastos como o motivado por crença.
No Brasil atual,
por exemplo, o fanatismo político e ideológico tem se transformado numa forma
de religião por muitos, gerando divisões, inimizades e confrontos cada dia mais
sérios, com marcas de uma iminente guerra civil.
O fanatismo
político e ideológico é percebido até em grupos de compra e venda, como OLX e
Mercado Livre, que estão deixando de ser grupos de comércio para ser de
propaganda política, principalmente por parte dos seguidores do atual
presidente. As pessoas estão perdendo até o bom senso de onde estão e querem
promover seus ídolos políticos ou difamarem os oponentes ideológicos de
qualquer maneira e em quaisquer lugares.
Também faz parte
do campo do fanatismo político e ideológico o fato de certas pessoas, inclusive
no meio acadêmico, ser contra um preconceito ou discriminação criando na
verdade outro. Como é comum atacar a bíblia e o criacionismo e fazer da ciência
e da Teoria da evolução ídolos, aos quais se curvam e defendem como fazem os
fanáticos religiosos.
Só para
exemplificar, hoje numa postagem num grupo de professores de História ao qual
participo nas redes sociais, um professor fez a seguinte postagem, que na
verdade era um questionamento, mas claramente contra posições do atual governo
e de líderes religiosos, ele disse:
"Professor,
que sentiria se lhe mandar ensinar: criacionismo, bíblia como se fosse História
e outros temas que favoreçam o governo?"
Em meio a
dezenas de respostas que criticavam o uso da bíblia e do criacionismo em sala
de aula e o governo atual por promover tais ideias, eu respondi o seguinte:
"Bíblia eu
não ensino, mas a cito ao falar sobre Evolucionismo, deixando claro que no
Ocidente mesmo com o avanço da ciência muitos ainda preferem acreditar no
Gênesis por conta da formação religiosa. E ensino tanto a Teoria Evolucionista
como a Doutrina Criacionista.
E uso muito a
Bíblia para falar de história antiga, sobretudo da Mesopotâmia, do Egito, e dos
principais impérios da Antiguidade: como História dos Hebreus, Babilônios, Persas, Assírios e etc.
A Bíblia é uma
excelente ferramenta de trabalho para aulas de História Antiga, podendo ser
citada até em aulas de História Medieval."
Portanto, caro
leitor, devemos ter esse cuidado. Pois ao mesmo tempo que eu denuncio o
fanatismo religioso, o mau uso das escrituras e a alienação religiosa, por outro
lado eu exalto as religiões, pois as mesmas foram capazes de criar
civilizações, excelentes códigos morais, como o Decálogo mosaico (de Moisés),
sistemas legais que são as bases de legislações contemporâneas e melhoraram a
vida de muita gente. Eu não posso criar um preconceito atacando outro.
Da mesma forma
que as religiões fizeram e criaram coisas terríveis e ignominiosas, muita coisa
ruim foi criada como se fosse ciência e através de pseudos cientistas, como a
eugenia e o darwinismo social, que são teorias raciais de menosprezo e
interiorização de certos grupos em detrimento a exaltação de outros.
Em suma, tudo
tem potencial de nos fanatizar, de nos tornar menos humanos e até assassinos
de uma causa insana, inclusive a pseudo ciência.
A vigilância e o
bom senso devem ser a nossa marca. Ou o fanatismo nos fará uma presa fácil.
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