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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Religião e Colonização!




Semana retrasada, eu palestrava na II Feira inter-religiosa de Búzios, sobre a religião como um fenômeno social. Em um dos tópicos quando falava de Religião como fenômeno da colonização, usei dois exemplos clássicos para exemplificar minha fala: o Brasil que está localizado na América do Sul, longe do continente europeu, é o maior país católico do mundo, pois éramos uma colônia católico-portuguesa. Os Estados Unidos da América, localizado na América do Norte, é o maior país protestante do mundo, com mais de 80% da sua população professando essa fé, por que foi colonizado pela Inglaterra no século XVII, portanto, assim como nosso país, a grande maioria da sua população segue a religião do seu colonizador.

Sei que as pessoas religiosas normalmente são desprovidas de senso-crítico, sobretudo quando se trata de fazer uma análise da sua própria fé ou religião, elas consideram sua religião uma construção divina, no caso dos cristãos católicos e protestantes, uma dádiva do “único” Deus. Mas essa reflexão que agora trago, tem o objetivo de você se questionar: “A minha religião foi Deus quem trouxe a meu país ou foi uma imposição do nosso antigo colonizador?”

Colonização, para nós historiadores, se resume na imposição do mais forte sobre o mais fraco, é um estupro cultural. Aqueles que possuem maior capacidade bélica adentrando outros territórios e impondo sua cultura, seus valores, sua língua e sua religião. Além de explorar a terra, seus habitantes, inclusive por meio da escravização.

A religião nesse processo é fundamental, pois ela serve como braço político e ideológico do colonizador, fazendo com que em pouco tempo os explorados se sintam integrados a sua nova situação nefanda, porém, aceitando essa mesma situação. Em pouco mais de um século de catequização religiosa, ideológica e política poucos são aqueles colonizados que não vão aderir a esse processo massificante.

É por isso que falamos português e os norte-americanos inglês, diante disso temos os valores ibéricos enquanto eles possuem valores britânicos, portanto somos na maioria católicos romanos enquanto eles protestantes. Ambos vivendo no continente americano e possuindo os valores do continente europeu.

E suas populações continuam frequentando templos das religiões de seus exploradores e agradecendo a Deus pelas missões colonizadoras. Que mataram milhões de nativos, autóctones, que eles deram o nome genérico de índios. A religião com certeza é o melhor instrumento de manipulação social. Ópio do povo como dizia Marx. Pois só ela mantém as massas oprimidas e ao mesmo tempo agradecidas.



[1] Texto escrito em 01/08/2015, após minha palestra na Feira Inter-religiosa de Armação dos Búzios, cujo tema foi: “A Religião como Fenômeno Social”. 

  

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