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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Espiritualidade X Religiosidade


Muitas pessoas têm confundido esses dois conceitos e essas duas formas de vivência. Normalmente as pessoas acreditam que religiosidade é espiritualidade. Ledo engano!
Espiritualidade é abrir-se para o transcendente, para o infinito, para o próximo e para si. Religiosidade é uma prática doutrinária e religiosa sem vida, sem alma, sem profundidade. Está muito mais para encenação teatral do que para a verdade de vida. Espiritualidade é a preocupação com o outro, sem ser notado e percebido. Religiosidade tem-se a necessidade de se mostrar para os outros, mesmo que pouco se faça em prol do próximo.
Espiritualidade se contenta com o vazio do seu próprio quarto, até mesmo com o deserto, pois sabem que Deus os vêem em secreto! Enquanto a religiosidade se preocupa em ter seus feitos e ações visíveis e aplaudidas pelo máximo de pessoas. Há uma carência implícita em ser notado, percebido, aplaudido, ovacionado!
Pessoas espirituais mesmo sem saber que fé tem a mesma raiz grega e latina de fidelidade (Fide em latim), a possuem como descanso na soberania de Deus, como força para enfrentar os dias maus e capacidade para promover o bem ao próximo. Os religiosos usam a fé como uma varinha mágica que os proporcione “bênçãos”, sobretudo no âmbito material e financeiro. A fé nesse último caso é só um meio de se alcançar coisas, não um relacionamento com o transcendente. Como afirmar Luiz Carlos Matias: “Espiritualidade é para quem busca entendimento, religião para quem busca recompensa”. 
A espiritualidade é um caminho eterno, divino! A religiosidade meramente humana.
A espiritualidade é uma dádiva do altíssimo; enquanto a religiosidade terrena.
A espiritualidade eleva o espírito, enquanto a religiosidade o Ego humano.
A espiritualidade transcende o ser, o eleva; a religiosidade apequena a vida humana, a torna mesquinha e medíocre.
A espiritualidade volta-se para o interior; é uma profunda introspecção; enquanto a religiosidade contenta-se com mera exterioridade. 
A espiritualidade busca coisas eternas; enquanto a religiosidade coisas terrenas e efêmeras. 
A espiritualidade procura o bem do próximo e da coletividade; enquanto a religiosidade procura o bem pessoal, no máximo o familiar.
A espiritualidade enxerga a miséria pessoal e humana; a religiosidade faz seres miseráveis sentirem-se super-homens.
O caminho da espiritualidade é de humildade e reconhecimento da fraqueza humana; o da religiosidade é da prepotência e da altivez humana.
Como diz o líder Budista, Dalai Lama: “Meu apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa”.
Pense nisso, abra mão da encenação inerente a religiosidade, procure uma transformação interior advinda da espiritualidade!


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Quando o improvável dá certo: Uma análise das ideias de Jesus!!


Depois de dois milênios de Cristianismo e de suas ideias dominarem o Ocidente, para nós parece naturalizado o pensamento cristão. Tantos os dogmas e tradições muitas vezes inventadas e transformadas ao longo dos séculos, como as ideias originárias dos Evangelhos.
Eu porém, ouso dizer, que não há nada mais absurdo e louco do que as palavras dos Evangelhos atribuídas a Jesus. Tanto hoje quanto na antiguidade, creio que no mundo antigo, eram bem mais impactantes e vistas como loucura.
Todo estudioso do Jesus Histórico e do Cristo da fé, deve admitir que Jesus foi a pessoa mais extraordinária da história, muitos filósofos e pensadores ateus admitem esse fato com imensa tranquilidade, mesmo não o considerando Filho de Deus e Deus encarnado. Isso não se deve apenas pela mudança ocorrida no calendário Gregoriano (cristão), que temos no Ocidente, que a história é dividida em antes e depois de Cristo, mas sobretudo, pela transformação e impacto de suas ideias.
O que torna Jesus tão peculiar e diferente de todos os líderes religiosos e profetas que o precederam, foi o impacto avassalador da mensagem que ele trazia, mensagem como disse, absurda, mas transformadora.
A lógica que sempre perdurou no mundo era a da xenofobia (aversão e ojeriza aos estrangeiros), a lei em vigor em todo o Oriente Antigo e ao redor do mundo era a conhecida lei de Talião: “Olho por olho, dente por dente”, a lei da vingança. Essa lei está expressa no próprio Antigo Testamento e no famoso Código de Hamurabi, como o conhecido apedrejamento daqueles que eram pegos em fragrante adultério. Do cortar as mãos do ladrão e de assassinar os assassinos.
Jesus inverte essa lógica que satisfaz o ego humano, pois quando nos fazem mal, a primeira coisa que pensamos é em se vingar. Jesus propõe o absurdo de dar a outra face, para aqueles que nos feriram. Ele propõe amarmos os nossos inimigos e ainda orar por eles. Ele propõe devolvermos amor, oração e perdão para aqueles que nos fizeram o mal.
Pode existir uma proposta mais louca que essa, de amarmos os que nos ferem? Creio que não. De perdoarmos aqueles que maldosamente e conscientemente nos feriram? Creio que não! De orarmos por aqueles que nos perseguem e querem inescrupulosamente nosso mal? Também creio que não!
Jesus inverteu a lógica humana, legal, cultural e absolutamente natural nas relações sociais. E ele mesmo deu o exemplo maior que poderíamos inverter a lógica perversa e “natural” da vingança, que era o que vigorava em sua própria época e em toda história da humanidade. Na cruz ele olhou para seus algozes e carrascos e disse uma frase que deveria ser emoldurada: “Pai, perdoa-os porque não sabem o que fazem”.
O impacto das palavras e ações de Jesus foram tão imensas e marcantes que a maioria absoluta dos historiadores que pesquisam a história da poderosa Roma Antiga, o maior império já existente, afirmam categoricamente, que um dos principais motivos da Queda do Império foi o crescimento do cristianismo entre seus soldados e o impacto das palavras de Jesus, que pediam para amarmos nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem. O império belicista e poderoso viu que seus soldados não queriam mais guerrear, pois a mensagem impactante de Jesus, mudara seu ser e transformara suas mais profundas convicções!
Hoje mesmo com toda a dificuldade de seguirmos e pormos em prática o que o mestre dos mestres falou e viveu. Vemos claramente no ocidente as mudanças trazidas por essa mensagem. Por exemplo, a compaixão que damos aos malfeitores, quando dizemos e defendemos que o assassino, o ladrão e o violador, mesmo preso deve ser tratado com dignidade. As leis foram se flexibilizando e tornando-se mais amenas. Saímos da lei da vingança e estamos passando para a lei da justiça com dignidade ao transgressor.

É notório que mesmo em nossos dias as palavras de Jesus sejam quase que impraticáveis para a maioria absoluta dos seres humanos, inclusive por cristãos. Mas cada vez que não cumprimos tais ordenanças deixadas por ele, pois deixamos prevalecer a lei da vingança em nossos atos, mas só no fato de pararmos e pensarmos que deveríamos agir diferente, conforme o Mestre, já comprova que Jesus foi o Cara. O maior ser humano que já existiu!