Muitas pessoas têm confundido esses dois conceitos e essas duas formas de vivência. Normalmente as pessoas acreditam que religiosidade é espiritualidade. Ledo engano!
Espiritualidade é abrir-se para o
transcendente, para o infinito, para o próximo e para si. Religiosidade é uma
prática doutrinária e religiosa sem vida, sem alma, sem profundidade. Está muito
mais para encenação teatral do que para a verdade de vida. Espiritualidade é a
preocupação com o outro, sem ser notado e percebido. Religiosidade tem-se a
necessidade de se mostrar para os outros, mesmo que pouco se faça em prol do
próximo.
Espiritualidade se contenta com o vazio do
seu próprio quarto, até mesmo com o deserto, pois sabem que Deus os vêem em
secreto! Enquanto a religiosidade se preocupa em ter seus feitos e ações
visíveis e aplaudidas pelo máximo de pessoas. Há uma carência implícita em ser
notado, percebido, aplaudido, ovacionado!
Pessoas espirituais mesmo sem saber que fé
tem a mesma raiz grega e latina de fidelidade (Fide em latim), a possuem como
descanso na soberania de Deus, como força para enfrentar os dias maus e
capacidade para promover o bem ao próximo. Os religiosos usam a fé como uma
varinha mágica que os proporcione “bênçãos”, sobretudo no âmbito material e
financeiro. A fé nesse último caso é só um meio de se alcançar coisas, não um
relacionamento com o transcendente. Como afirmar Luiz Carlos Matias:
“Espiritualidade é para quem busca entendimento, religião para quem busca
recompensa”.
A espiritualidade é um caminho eterno,
divino! A religiosidade meramente humana.
A espiritualidade é uma dádiva do
altíssimo; enquanto a religiosidade terrena.
A espiritualidade eleva o espírito,
enquanto a religiosidade o Ego humano.
A espiritualidade transcende o ser, o
eleva; a religiosidade apequena a vida humana, a torna mesquinha e medíocre.
A espiritualidade volta-se para o
interior; é uma profunda introspecção; enquanto a religiosidade contenta-se com
mera exterioridade.
A espiritualidade busca coisas eternas;
enquanto a religiosidade coisas terrenas e efêmeras.
A espiritualidade procura o bem do próximo
e da coletividade; enquanto a religiosidade procura o bem pessoal, no máximo o
familiar.
A espiritualidade enxerga a miséria
pessoal e humana; a religiosidade faz seres miseráveis sentirem-se
super-homens.
O caminho da espiritualidade é de
humildade e reconhecimento da fraqueza humana; o da religiosidade é da
prepotência e da altivez humana.
Como diz o líder Budista, Dalai Lama: “Meu
apelo por uma revolução espiritual não é um apelo por uma revolução religiosa”.
Pense nisso, abra mão da encenação
inerente a religiosidade, procure uma transformação interior advinda da
espiritualidade!