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domingo, 16 de janeiro de 2011

Como conciliar Jesus e o Deus que mata? Carta Respondida por Caio Fábio.

Reverendo Caio,

Mandei-lhe esse e-mail abaixo.

Minha dúvida é sincera.

Sempre me pego pensando a respeito e sobre o que responder, caso me perguntem sobre isso.

Seria muito importante para mim sua opinião.

Abraços no amor de Cristo,

Silvio

**** e-mail anterior ****

Amado Rev. Caio Fábio,

Em dos textos do site "O Diabo adora falar em Deus", você fala de forma contundente como em nome de Deus toda barbaridade já foi feita, e tudo mais.

Quando você afirma algo, talvez, polêmico, sempre chama para si a responsabilidade. Realmente, tem assuntos que, a princípio, nos assustam.

Referente a esse texto e assunto, fico sempre com dúvidas que me incomodam: o que dizer quando o povo de Israel era "orientado" por Deus a entrar numa cidade e destruir tudo, de pessoas (homens, mulheres, velhos e crianças) a animais, e quando vemos que Saul quis poupar um rei foi repreendido por Deus? Não consigo encaixar isso em Jesus e ao mesmo tempo fica aquela dúvida sobre o agir de Deus no antigo testamento.

Melhoras a seu paizinho!

Grande abraço,

Silvio

________________________________________

Resposta:

Amigo Silvio: Graça e Paz!


Gente boa de Deus!

Antes de tudo quero dizer que Deus é Deus, e que se Ele desejar acabar com a criação agora, quem poderá lhe perguntar: Por que fazer isso?

É duro; mas é assim que é!

No entanto, sobre a sua questão, eis o que tenho a lhe dizer de passagem, pois, no site, há muita coisa escrita sobre isso — mas leva tempo e demanda disposição lê-lo todo!

Sabe qual é o problema?

É a Bíblia! É a relação dos crentes com a Bíblia, que é mais forte do que o vinculo deles com Jesus.

Sim! Porque até hoje os crentes não crêem em quem Jesus é; nem no que Ele disse; e nem no que todos os apóstolos disseram sobre o que era “velho, caduco, obsoleto, ultrapassado” ante a revelação de Cristo; a qual estabelece o fim da Lei.

Ora, tudo o que você disse ser “o seu problema” de conciliação com Jesus, é justamente aquilo que em Jesus morreu na Cruz, para sempre.

O seu conflito é o de quem não aceita que em Cristo uma boa parte da Bíblia virou “história”; e nada mais que isto; pois, aquilo no que tais coisas tiveram a sua relevância, expirou, pois, nunca salvou ninguém de acordo com Paulo (Romanos e Gálatas; e em Hebreus); além de que eram “sombras de coisas que haviam de vir”; e que vieram em Cristo.

A equação dos crentes é a Bíblia toda + o que de Jesus couber no todo da Bíblia; e nunca é o contrário: Jesus; e, depois, o que da Bíblia continuar vigente conforme o espírito do Evangelho.

Mas não precisa crer em mim. Creia em Jesus, e nos escritos dos apóstolos. Por exemplo: veja em Paulo e Hebreus quantas vezes se faz alusão à Lei como caduca, esclerosada e obsoleta...

Então, agora, me diga: por que você conseguiu ficar angustiado se Jesus e os apóstolos não deram a mínima para a sua questão?

Paulo diz que a Lei era terror. Diz que a Lei veio para que avultasse o pecado. Diz que a Lei trouxe consigo a morte; e a consciência dela. Diz que as coisas passadas eram incompletas; todas elas. E diz que o fim da Lei e de tudo o que com ela foi dado para salvação ou para a sociedade de Israel, expirou; só ficando “daquilo" o que em Jesus permaneceu.

Você viu Jesus tendo que explicar algo assim?

Ou leu de alguma angustia apostólica sobre o assunto?

Ora, esse tema começou com o “Cristianismo” e com sua vontade judaizante de “conciliar” o Velho e o Novo Testamentos; o que, segundo Jesus, é loucura; pois, é como remendo de pano novo em vestes velhas.

De fato, mano, o que você me pergunta é: Há dois deuses? Um que mandava matar e um que proíbe?

Não! Há sim uma humanidade crescendo, saindo da Idade da Pedra e andando na direção das coisas excelentes, as quais nos vieram todas em Cristo.

De modo que o que fica, a menos que Jesus não lhe baste, é simples: Jesus é a chave interpretativa de tudo: o que Ele encarnou é Palavra para sempre; o que Ele não encarnou (antes repreendeu) caiu em estado de caduquice e morte para sempre.

O que lhe falta é crer em Jesus!

O que lhe falta é crer no Evangelho!

O que lhe falta é deixar de tentar criar uma solução para um problema seu, religioso, condicionado pela “igreja hibrida”, de natureza romano-judaica (que é o “Cristianismo”; aqui no site isto está tão explicado que me perdoe a falta se vontade de expandir) — e que nada tem a ver com o Evangelho.

Porque você não pega o Levitico e vive por meio dele, como um todo?

Veja se agüenta!

Ora, se não suporta, por que ser seletivo tanto no que escolhe da Lei para dizer que permanece como também em relação ao que da Lei você acha absurdo?

A Lei é tão santa quanto absurda; ensina Paulo!

Ora, pergunte a Jesus por que Ele não tocou em tal assunto?

Pergunte por que Ele apenas disse que o Novo era o que permaneceria, e que o velho já morrera?

O mais, sinceramente, é apenas o resultado de até hoje não se ter aceitado que Jesus é Tudo; e que Nele tudo o que não foi vivido-encarnado-ensinado por Ele, é porque não é para ser vivido por ninguém; nunca mais...


Um abraço sincero!


Nele, em Quem a Lei da Morte foi desbancada pela Lei da Vida,


Caio
28/08/07
Manaus
AM
AINDA SOBRE O DEUS QUE MATA...



Outro dia um amigo me mostrou [ao longe] um funcionário da empresa dele, e que é crente, mas que há algum tempo perdeu a mãe, e, revoltado com isso, disse ao meu amigo: “Estou com raiva de Deus! Ele levou a minha mãe!”.

Meu amigo perguntou: “Escuta! Foi Deus mesmo quem levou a sua mãe? Não foi o diabo não?”.

“O quê? O diabo?! Deus me livre! Foi Deus quem a levou!”

“Então se não foi o diabo, mas foi Deus, e você está com tanta raiva, peça a Deus pra transferir sua mãe para o diabo; assim você fica mais calmo!”

“Quem? Eu? Que é isso doutor!”

“Ué? Você não quer sua mãe com Deus! Só pode querer com o diabo! Mas se ela está com Deus, com Deus-Deus-mesmo — então que revolta é esta?”

Ora, esta história revela como a alma crente é na maioria das vezes; ou, pelo menos, como ela ficou depois da overdose de teologia da prosperidade.


De fato, escandalize-se, mas saiba:


Deus cria; Deus mata.

Todas as figueiras florescem pelo Seu hálito, mas também perecem pela Sua Palavra.

“Nunca mais nasça fruto de ti” — disse Jesus a uma delas, e que secou na mesma na hora.

Os dez mandamentos não foram escritos para Deus, mas por Deus para os homens.

Deus mata a quem desejar; e não pratica homicídio; e nem tampouco existe mal em nada do que Deus faça; até quando cria o mau e faz as trevas, conforme Isaías, Ele faz o que é bom para além do que a moral do homem conhece como bom e bem.

É Deus então livre para tudo?

Sim! É claro!

Ele, porém, não mata quando as pessoas morrem; Nele a morte existe apenas para dar lugar à vida.

Essa história romântica do Deus Moral feito à imagem e semelhança do mandamento de Deus ao homem, é o que encurrala o próprio devoto ante ao paradoxo que ao homem é proibido matar, mas a Deus não é vetado o tirar a vida.

O homem mata, Deus tira a vida!

Eu mato porque eu não crio a vida. A vida me é um dom; tanto dado a mim quanto a todos os homens e criaturas.

Deus, porém, é Deus; e é Ele quem faz viver e faz morrer; e sábio é aquele que não o julga por isso.

É claro que este mundo caído está cheio das conseqüências danosas da presença humana na Terra.

No entanto, quando milhares de búfalos têm que atravessar o Rio Senenguethi, na África, e de 10 mil animais cerca de cem morrem comidos pelos crocodilos, o que se dirá: Que Deus é mal? Que crias pequenas ficaram para trás e que foram separados para sempre de suas mães por terem sido comidas por crocodilos? Ou o quê? Que os crocodilos deveriam ser vegetarianos?

Parece que ninguém mais vê as vacas, as galinhas, os búfalos, os javalis, os peixes, e todas as outras criaturas que mortas nos alimentam todos os dias!

Mas a hipocrisia de falsas sensibilidades, diz: “Êka!” — sempre que vê uma vaca ser abatida, embora o “ser-êka” se deleite na picanha.

Deus é amor; e por amor dá vida e por amor tira a vida; e por amor cura e por amor adoece e faz a criatura ir; e por amor dá búfalos de comer aos crocodilos; e dá grama aos búfalos, que defecam o que comem; e que, assim, alimentam os besouros “rola-bosta”; os quais levam o estrume para o subsolo; e, desse modo, alimentam as minhocas e adubam a terra, que crescerá em pequenas plantas, e muito pasto; de tal modo que com as chuvas o elefante para lá se mudará, e com ele muitos outros animais; os quais serão espreitados pelas hienas e leões, até que bandos desses animais predadores comam o suficiente para viver; e, assim, o ciclo possa continuar...

Deus é o Deus das criaturas e é o Deus da criação.

A criatura serve à criação e não a criação à criatura; e assim são todos os dias; exceto quando alguém que come picanha o dia todo fica revoltado com Deus pela vaca morta.

Deus é tão livre quanto é amor!

Assim, quem confia no amor de Deus, e não tenta fazer de Deus um seu igual, jamais faz perguntas desse tipo; pois, conhecer a Deus como Deus é, implica em que não tenho mandamentos para Ele; isto porque se os tivesse de nada me adiantariam; e, não os tenho, pois, sei que o que adianta nisso é apenas aquilo no que confio: que Deus é bom e que a Sua misericórdia dura para sempre.


Nele, que é, mesmo que isso assuste você,



Caio